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      Tecnologia da Unicamp usa argila na produção de ‘escudo’ para antibióticos

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      O aumento da resistência bacteriana a antibióticos traz cada vez mais preocupação para a área da saúde.

      O relatório anual “Antibacterial Pipeline”, divulgado em abril pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta para a crescente ameaça à capacidade de tratarmos infecções bacterianas com sucesso.

      De acordo com o organismo internacional, o mundo ainda não conseguiu desenvolver os tratamentos antibacterianos necessários.

      Nesse cenário, trabalhos voltados para a produção de ácido clavulânico se apresentam importantes pela capacidade desse composto auxiliar na eficiências de medicamentos já existentes.

      Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas desenvolveram uma estratégia mais sustentável para separar e purificar o ácido clavulânico.

      Esse importante fármaco age como escudo protetor de antibióticos no combate a bactérias resistentes.

      A invenção propõe o uso de um insumo natural à base de argila aniônica, conhecido também como hidróxido duplo lamelar (HDL), em substituição ao que é usado pela indústria.

      Atualmente, esse processo é feito com resinas químicas.

      “Nossa tecnologia propõe a substituição dessas resinas químicas por substâncias menos agressivas ao meio ambiente e mais interessantes do ponto de vista econômico, tendo em vista que estão disponíveis na natureza”, explica Marcus Bruno Soares Forte, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp e um dos inventores da tecnologia.

      O trabalho de pesquisa foi desenvolvido no Laboratório de Engenharia Metabólica e Bioprocessos da FEA, dentro de um projeto temático da FAPESP e resultou no depósito de um pedido de patente.

      Com o apoio da Agência de Inovação da Unicamp, a tecnologia está disponível para o licenciamento de empresas interessadas em aplicar o sistema em suas linhas de produção.

      O ácido clavulânico é um potente inibidor de enzimas conhecidas como beta-lactamases que degradam e desativam as propriedades antibacterianas de alguns medicamentos para o tratamento de infecções.

      Quando associado a outros fármacos, ele cria um mecanismo de defesa que ‘engana’ e protege o antibiótico do ataque das bactérias, potencializando sua ação.

      Por essas características, o ácido clavulânico aplicado pela indústria farmacêutica na sua forma de sal, chamado de clavulanato de potássio, tem sido usado com antibióticos beta-lactâmicos, como a amoxicilina.