A população de Campinas deve enfrentar o segundo dia seguido de paralisação no transporte público. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (STRP) anunciou uma nova interrupção do serviço para esta sexta-feira, 24 de outubro, das 4h às 6h, repetindo o protesto que paralisou cerca de 70% da frota nas primeiras horas desta quinta-feira.
Emdec vai à Justiça por frota mínima e multa
Diante da ameaça de uma nova paralisação no horário de pico, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) formalizou na manhã de hoje (23/10) um pedido de liminar junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.
A Emdec solicita a manutenção de 100% da frota do transporte coletivo e a aplicação de multa de R$ 50 mil por dia ao Sindicato dos Rodoviários em caso de descumprimento. Em caso de indeferimento, a empresa pede a operação de, no mínimo, 70% da frota nos horários de pico (5h às 8h / 16h às 19h) e 50% nos demais períodos, reforçando que o transporte é um serviço essencial.
“Vamos manter (…) a postura de tentar garantir o direito dos cidadãos de contar com o transporte público”, afirmou Vinicius Riverete, presidente da Emdec. A empresa aguarda o despacho judicial.
A Operação de hoje (23/10)
A paralisação desta quinta-feira, que ocorreu das 4h às 6h, afetou principalmente os eixos do Ouro Verde, Barão Geraldo e Amarais. Para tentar minimizar o impacto, a Emdec acionou o Plano de Apoio entre Empresas (Paese):
- Reforço: 28 veículos do sistema de transporte alternativo (cooperativas) foram remanejados para atender linhas de alta demanda, priorizando os eixos Amoreiras, Ouro Verde e Campo Belo e o deslocamento para hospitais.
- Terminais: Os terminais tiveram seus acessos (catracas) fechados temporariamente e o horário do serviço “Corujão” (madrugada) foi estendido.
Versão das empresas
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SetCamp) lamentou a paralisação, mas alegou que as concessionárias enfrentam graves dificuldades financeiras devido à evasão de receita causada pelo BRT e pela perda de passageiros para aplicativos e mototáxis clandestinos.
As empresas afirmaram que o crédito do “vale” seria feito até amanhã, o que ainda estaria no prazo. Segundo o SetCamp, a paralisação dificulta ainda mais a situação das operadoras, pois impacta a receita utilizada para o pagamento dos funcionários.