Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) junto da Universidade de São Paulo (USP) apontou que 65,5% da população brasileira já relatou ter problemas relacionados ao sono.

Segundo o otorrino e cirurgião cérvico facial Dr. Fabricio Pandini, o ronco está frequentemente associado a esses quadros, porém, já existem alguns aparelhos capazes de ajudar na busca por noites mais tranquilas.

O CPAP, sigla em inglês para pressão positiva contínua do ar, é um desses dispositivos, que pode ser utilizado para “empurrar” o ar nas vias respiratórias. “Assim, o paciente terá suas vias áreas abertas, o que consequentemente evita um possível colapso e a apneia obstrutiva do sono”, diz Dr. Fabrício.

Ainda segundo o especialista, embora o CPAP seja o modelo mais utilizado, outros equipamentos também podem ser indicados para tratar o quadro. “O BiPAP é mais recomendado para pacientes com apneia central do sono, isso é, quando o cérebro não consegue enviar sinais para os músculos que controlam a respiração, afetando o padrão respiratório durante a noite”.

Pandini também comenta que os roncos noturnos resultam em um ‘sono não reparador’ que pode levar a quadros de déficit de atenção, sonolência diurna, agressividade, cansaço e falta de concentração. “Portanto, é imprescindível que o problema seja tratado o mais rápido possível, a fim de evitar as consequências e contribuir para uma melhor qualidade de vida”.

Segundo Dr. Fabrício, a polissonografia ou “exame do ronco” é um teste recomendado para entender o que está causando o problema e qual a melhor forma de tratamento. “O aparelho irá medir a atividade respiratória, muscular e cerebral e pode até mesmo ser usado na casa do paciente, sem necessidade de permanecer horas no consultório”.

​Para o especialista, a complexidade das consequências de alterações do sono e dificuldades na respiração demandam que sempre seja realizada uma adequada investigação de todas as prováveis causas. “Dessa forma, será possível a implementação de um tratamento eficiente, por meio de aparelhos específicos, opções de terapia medicamentosa ou mesmo cirurgias otorrinolaringológicas”.