As baixas temperaturas desencadeiam um aumento no número de doenças cardiovasculares, como Infartos Agudos do Miocárdio (IAMs) e os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs).
Se compararmos os dados dos últimos três meses, quando as temperaturas começaram a ficar mais baixas, o número de casos passou de 352 em abril para 454 em junho, um aumento de 28,98%.
O frio força o corpo a usar mecanismos para manter o equilíbrio da temperatura corporal, e umm desses mecanismos é a vasoconstrição arterial, ou seja, há um fechamento das artérias que faz com que o organismo consiga manter o calor no corpo.
Essa vasoconstrição arterial pode ocasionar um aumento da pressão arterial, que tem potencial para sobrecarregar o sistema circulatório e causar um déficit na circulação, tanto para o coração quanto para o cérebro, desencadeando um infarto ou um AVC.
Além disso, é possível que a exposição ao frio gere um estado de hipercoagulabilidade sanguínea, também conhecida como trombofilia, uma condição em que o sangue tem uma tendência maior a formar coágulos. O aumento da coagulabilidade sanguínea pode colaborar com a formação de trombos e a obstrução dos vasos sanguíneos, que somada à hipertensão arterial – que diminui o aporte de sangue tanto para o coração quanto para o cérebro- pode ocasionar infartos e derrames.
Outro fator que está correlacionado com o inverno e as baixas temperaturas é a maior exposição e ocorrência das infecções respiratórias. “ Elas determinam um quadro inflamatório infeccioso no organismo que pode ser um dos gatilhos para uma lesão e ruptura de placa de aterosclerotica prévia nas artérias coronárias ou nas carótidas (acúmulo de substâncias nas paredes das artérias, que reduz o fluxo sanguíneo), que também podem desencadear uma trombose e um quadro de infarto ou derrame”, explicou o especialista.
O inverno também é propício para mudanças nos hábitos alimentares, levando as pessoas a comerem mais e beberem menos líquido, além de impactar na redução da atividade física, o que pode agravar os fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Por tudo isso, a prevenção é o melhor a ser feito, sobretudo idosos, hipertensos, diabéticos, coronariopatas, tabagistas, obesos, pacientes com antecedentes familiares e pessoais para doenças coronárias.
Orientações simples podem evitar complicações nos casos das doenças cardiovasculares nos dias mais frios. A primeira delas é manter-se bem aquecido, com uso de agasalho, gorro, cachecol e meias, por exemplo. Evitar exposição ao frio extremo e manter a hidratação adequada nesse período é essencial – apesar de as pessoas sentirem menos sede, não significa que deve-se beber menos água.
Manter uma alimentação saudável e equilibrada é outro ponto importante: evitar alimentos ricos em gorduras saturadas e trans, sal, açúcar e alimentos processados. Por outro lado, investir em frutas, legumes, verduras, grãos integrais e peixes ricos em ômega-3, entre outros alimentos do bem. Noite bem dormidas também são indispensáveis.
A prática regular de exercícios físicos é outra prevenção fundamental, de preferência, em um ambiente não exposto ao frio. Para quem segue tratamentos, é essencial manter o controle dos fatores de risco com a continuidade das medicações para a pressão arterial, colesterol, diabetes, entre outros.
Da Redação ODC.
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