A cidade de Campinas amanheceu debaixo d’água na última sexta-feira do ano. Coincidência ou não, os pontos mais graves de transtornos aconteceram nos entornos dos corredores do BRT.
O local é uma antiga travessia da Estrada de Ferro Sorocabana, reaproveitada durante o projeto de Metrô de Superfície, e agora reaproveitado para o BRT. A contenção sequer foi mexida durante o projeto de execução da obra, e agora cedeu com a forte chuva. Não houve feridos.
Houve também enorme alagamento na Avenida Ruy Rodriguez, próximo à Cerâmica Gianfrancisco, travando completamente o trânsito para o Distrito do Ouro Verde. As linhas de ônibus com destino aos terminais Vida Nova e Ouro Verde ficaram paralisadas durante o início da manhã.
Antes da execução das obras do BRT, o local apresentava alagamentos apenas quando chovia em enormes quantidades por conta da proximidade do Rio Capivari, que segue a via por um trecho.
Depois que foi executada a obra de alargamento da via para a circulação do BRT, os alagamentos se tornaram mais frequentes e mais intensos, por conta do péssimo sistema de drenagem que foi instalado.
Curiosamente ou não, a prefeitura omitiu em suas notas oficiais enviadas na manhã de hoje esses acontecimentos, limitando-se a dizer que há equipes nas ruas tomando as devidas providências.
É sabido também que as obras do BRT são, atualmente, de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura desde o ano de 2021. Antes, as obras estavam a cargo da Emdec, quando esta ainda era presidida pelo engenheiro elétrico Carlos José Barreiro.
Devido a problemas administrativos, inclusive apontados pelo Ministério Público, Barreiro foi remanejado para a Infraestrutura no primeiro governo de Dário, e levou consigo as responsabilidades sobre as intermináveis obras do BRT.
Barreiro passou quatro anos no governo Dário e até agora não conseguiu terminar a obra. O que fez, ficou péssimo, com várias fissuras nas faixas de concreto que precisaram ser refeitas, terminais sem estrutura mínima, com alagamentos em vários pontos e coberturas precárias, vários pontos de alagamento em diversos trechos e diversos outros problemas.
Mesmo assim, Barreiro passou os quatro anos sem ser sequer questionado, inclusive pelos vereadores que protegem sua gestão em nome da velha política, e ainda garantiu mais quatro anos no cargo, já que Dário o julga competência, mesmo com a cidade mostrando o contrário.
A prova de que os mais pobres da cidade são abandonados está nessa chuva de hoje. A prefeitura pensou na resiliência apenas dos bairros dos moradores mais endinheirados. A periferia, fica abandonada.
Da Redação ODC.
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