Enquanto Campinas celebra 250 anos, é impossível ignorar o fato de que esta cidade já foi cogitada como possível capital do Estado de São Paulo. No entanto, esse sonho foi interrompido abruptamente por um dos eventos mais devastadores da história: a gripe espanhola.
Após esse golpe, Campinas nunca mais recuperou completamente o ímpeto que tinha antes da pandemia. A falta de investimentos adequados, combinada com uma série de decisões políticas questionáveis, contribuiu para uma estagnação relativa da cidade. A visão de uma Campinas moderna e próspera como capital do estado de São Paulo foi ofuscada por uma realidade de desigualdade crescente e negligência sistêmica.
A desigualdade social em Campinas é uma ferida aberta que continua a se agravar. Enquanto alguns bairros desfrutam de infraestrutura e serviços de qualidade, outros são deixados à margem, presos em um ciclo de pobreza e exclusão social que se assemelha a um sistema feudal. A concentração de terras nas mãos de poucos agrava ainda mais essa divisão, perpetuando um cenário de injustiça social e econômica.
Além disso, a crise ambiental que assola Campinas é uma ameaça iminente à qualidade de vida de quem vive aqui. A degradação dos recursos naturais e a destruição do meio ambiente são sintomas de uma mentalidade predatória que prioriza o lucro imediato em detrimento da sustentabilidade a longo prazo.
À medida que celebramos o aniversário de 250 anos de Campinas, é essencial refletir sobre o que poderia ter sido e sobre o que ainda pode ser. Transformar Campinas em uma cidade verdadeiramente moderna e próspera exigirá uma abordagem holística e colaborativa que priorize o bem-estar de todos os seus habitantes.
Caso contrário, corremos o risco de ver Campinas se afundar cada vez mais em uma realidade feudal, onde a desigualdade, a injustiça e a destruição ambiental serão as marcas mais presentes do legado.