Campinas tem mais ônibus circulando fora das faixas exclusivas do que dentro delas

O transporte público de Campinas é tão problemático que tem peculiaridades que chamam a atenção. Apesar da cidade ter corredores exclusivos, é mais fácil ver ônibus fora deles do que dentro.

A Avenida das Amoreiras é um dos principais eixos de deslocamento da região Ouro Verde para o Centro, e o número de linhas de ônibus que circula pela via é muito grande.

Porém, há dois anos foi implantado o malfadado BRT, que é o único tipo de veículo que tem autorização para circular na faixa exclusiva. Como os ônibus do sistema passam apenas uma vez na vida e outra na morte, é mais fácil ver ônibus convencionais na faixa de carros.

Antes do BRT, a avenida tinha um corredor onde circulavam todos os ônibus de todas as linhas, com pontos bem estruturados e bem localizados. A prefeitura optou por destruir tudo e fazer uma faixa concretada simples, sem segregação.

A faixa é uma verdadeira bagunça, pois os ônibus convencionais evitam circular por ela pois já sabem que é proibido, mas carros e motos não estão nem aí para essa proibição.

Para a faixa exclusiva está permitida apenas a circulação dos cerca de 20 ônibus que atendem as linhas BRT10 e BRT20. Já do lado de fora, circula uma infinidade de linhas.

Somente as linhas que atendem ao Terminal Vila União superam esse número na hora de pico. Além disso há ainda os perueiros que não foram retirados das linhas sobrepostas, as linhas convencionais do Vida Nova que ainda não foram extintas e outras que seguem para o Ouro Verde.

A falta de segregação da faixa exclusiva piora a situação, mas a Emdec diz ter controle de tudo através de câmeras que foram instaladas nos arredores da avenida.

O mesmo acontece na Avenida John Boyd Dunlop, porém por lá as linhas diretas para o Satélite Íris já foram extintas, justificando uma circulação maior pelas faixas exclusivas das duas principais linhas de BRT da região.

Nas câmeras, a Emdec diz multar motoristas que circulam irregularmente pelas faixas exclusivas, além dos que fazem conversões proibidas. Não seria mais fácil segregar as faixas e deixar o BRT mais robusto e funcional?

Coisas de Campinas…

Da Redação ODC.
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