escrito por
Gilberto Beaumont

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Um grande evento para uma pequena entrega 🚎🎉
A Prefeitura de Campinas fez festa para entregar… duas plataformas de BRT anexas ao Terminal Vida Nova. Com direito a presença do prefeito, secretários, vereadores e gestores da Emdec, a cerimônia marcou mais uma etapa do BRT, cujas obras caminham lentamente para serem finalizadas – ainda que vários problemas operacionais sigam sem solução.
🎤 Discursos e promessas – Como de costume, o evento foi recheado de falas entusiasmadas. O prefeito Dário Saadi celebrou o “grande esforço” da Emdec, enquanto o secretário de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, garantiu que o BRT é “o que há de mais moderno no transporte sobre pneus” – declaração ousada, considerando que nem mesmo todas as linhas usam os corredores corretamente. Já o presidente da Emdec, Vinicius Riverete, destacou que a linha BRT11 já operava antes mesmo do terminal ficar pronto.
🚧 Um terminal que é só um puxadinho – Diferente do que o nome sugere, o “Terminal BRT Vida Nova” não é um terminal, mas sim duas plataformas exclusivas para a linha BRT11 anexas ao terminal existente. Não há baias dedicadas para estacionamento dos ônibus entre as viagens, algo essencial em qualquer operação bem planejada. O resultado? Os ônibus da BRT11 vão continuar a parar desordenadamente, principalmente nos intervalos de refeição dos motoristas.
🔄 E ainda falta o Terminal BRT Ouro Verde – Segundo a Prefeitura, a operação do Corredor Ouro Verde só será concluída com a entrega do Terminal BRT Ouro Verde, prevista para abril. Antes tarde do que nunca.
💰 Milhões para sinalização, migalhas para operação – Para essa etapa do projeto, a Emdec investiu R$ 158,5 mil apenas na sinalização viária ao redor do terminal, enquanto a construção das estruturas remanescentes do Lote 4 custou impressionantes R$ 39,8 milhões. Enquanto isso, seguimos esperando que o BRT seja, de fato, um sistema completo e funcional, com veículos bem conservados, com baixos intervalos de espera nas estações e sem essa bagunça de linhas convencionais “concorrendo” com o BRT.
Por enquanto, seguimos com o que temos: grandes discursos, eventos com pompa e entregas que ainda deixam muito a desejar. 🚏🤷♂️
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Caminhos do Brincar: medida pontual em meio a grandes desafios
Campinas avança com mais um projeto de urbanismo tático, desta vez no Satélite Íris. A última etapa do Caminhos do Brincar está em andamento, com a criação de um Espaço de Proximidade na rua Fernando Pereira Neto. O objetivo é oferecer um local de lazer para crianças e seus cuidadores, além de reforçar a segurança viária na região. A iniciativa envolve pintura viária, sinalização e mobiliário urbano, como bancos e vasos com plantas.
🚸 Mudanças na circulação – Desde outubro, algumas ruas do bairro passaram por alterações, como a implantação de sentido único e a redução do limite de velocidade para 30 km/h. Além disso, calçadas foram ampliadas com tinta azul, e travessias ganharam balizadores e tachões para encurtar a passagem dos pedestres.
🎨 Cores vibrantes, mas impacto limitado? – A área também recebeu grafites e pinturas lúdicas, trazendo um ambiente mais agradável para quem circula por ali. Mas, enquanto esses projetos pontuais são bem-vindos, a cidade carece de projetos mais estruturais. Só para dar um exemplo, o sistema viário da cidade está a cada dia mais defasado, ainda mais com os inúmeros empreendimentos que vêm sendo construídos, que criam novos pólos geradores de tráfego e mudam o perfil de origem e destino dos deslocamentos de carro e de ônibus.
🌱 Pequenos gestos diante de grandes desafios – A Emdec investiu R$ 250 mil nesse projeto, que certamente melhora o trajeto dos estudantes da escola local. No entanto, é curioso que a Emdec dê tanta atenção a cada etapa de um projeto pontual como esse. Assim como a reforma do Terminal Mercado em duas etapas (uma primeira cheia de erros e outra tentando corrigi-los). O foco excessivo em pequenas intervenções contrasta com a necessidade de ações mais amplas para resolver gargalos de mobilidade em uma cidade de 1 milhão de habitantes. É como tentar tratar um elefante com meia dúzia de agulhas de acupuntura: pontual, mas longe de resolver o problema como um todo.
O Caminhos do Brincar mostra que pequenas intervenções podem fazer diferença no dia a dia das pessoas, mas a cidade ainda aguarda soluções de maior impacto para os desafios de mobilidade e acessibilidade que afetam milhares de moradores. 🚧
🚌 Aguardamos, por exemplo, a finalização da implantação do BRT: as avenidas Ruy Rodriguez, Amoreiras e John Boyd Dunlop seguem com diversas linhas convencionais operando fora do corredor, parando em pontos improvisados do lado direito e várias delas percorrendo os corredores de ponta a ponta. Isso causa confusão no trânsito com ônibus parando dos dois lados da pista e tem até sido usado como desculpa por motoristas e motociclistas para desrespeitar as faixas exclusivas do BRT. Mas a Prefeitura parece não ter a menor pressa em resolver isso.
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Prefeito vai “inaugurar” estação do BRT pronta e “abandonada” há meses
O prefeito Dário Saadi, com o objetivo de criar mais uma cortina de fumaça em cima dos sérios problemas no transporte público, irá fazer a “inauguração” da estação do BRT no Terminal Vida Nova. O evento político acontecerá na manhã de sexta-feira, dia 28/03.
Chega a ser uma situação bastante bizarra, pois a obra está pronta há meses, mas está fechada e totalmente sem uso. Sem ter o que inaugurar na área do transporte, fará essa para tentar dizer que está fazendo alguma coisa no setor.
A estação, assim como a maioria do BRT, foi muito mal feita, pois ela não é integrada com o terminal de ônibus que já existe no local. Foi feita uma estação mais à frente com catraca e bilhetagem própria.
O Terminal Vida Nova, que quando foi inaugurado era fechado, passou a ser aberto depois do registro de um grande número de evasões, pois lá a pessoa pagava a passagem no primeiro ônibus e podia pegar o segundo sem pagar, entrando pela porta traseira, como no Ouro Verde.
O problema é que muita gente passou a pular as catracas e entrar pelos portões dos ônibus sem pagar passagem, e por isso optou-se em fazer todo mundo pagar na catraca, inclusive o BRT 11. Com a estação, a chance da evasão voltar é enorme.
Sem segurança, a estação ficará largada, assim como já acontece com as outras estações do sistema. A não ser que seja preparada alguma coisa antes da inauguração para evitar a evasão, o que é bem pouco provável dado o histórico da prefeitura.
Depois do cafezinho para pedir renovação “emergencial” de frota criar uma cortina de fumaça que já se dissipou, a prefeitura procura fazer outras ações para dizer que está trabalhando também pelas pessoas que usam o transporte público.
Nesta semana começaram os trabalhos de sinalização de solo na futura estação Ouro Verde, que também já está pronta há meses, mas aguarda a conclusão de um banheiro para os motoristas. Tudo deverá ser inaugurado até o dia 10 de abril, dentro dos “100 dias de governo”.
Na estação do Vida Nova irá parar apenas a linha BRT 11, que já para dentro do terminal antigo. O circo político deverá começar logo cedo, pois às 11h os coletivos laranjas deverão começar a parar por lá. Será mais um show de horrores, com tanta gente alheia aos problemas da cidade, juntos.
Leia também: História dos Transportes em Campinas | A região do Ouro Verde (Capítulo 34)
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Prefeito chama donos de ônibus para pedir troca de frota, depois de série de “coincidências”
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, fez nesta última quinta-feira uma reunião com os representantes das empresas de ônibus VB, Campibus e Itajaí para discutir a renovação de frota.
A prefeitura está chamando essa renovação de “emergencial”, pois a mesma é incapaz de fazer uma mísera licitação do setor de transportes. Na reunião participaram também o presidente da Emdec, Vinicius Riverete, e o secretário de transportes, Fernando de Caires.
Dário fez as suas famosas bravatas, dizendo que não é possível ficar desse jeito, porém ninguém fez promessas de que a frota será trocada, ainda mais com um contrato por vencer.
Nos últimos dias apareceram na mídia em geral vários problemas no transporte campineiro envolvendo quebras consecutivas dos veículos. Em paralelo a isso, coincidentemente ou não, dois veículos de comunicação da cidade fizeram matérias falando sobre a idade alta da frota.
Uma das matérias é repetitiva, falando o que já é de conhecimento público. A outra, muito mal escrita, parecia texto pago por alguém, pois jogou a culpa em todo mundo pelos problemas no transporte, menos na prefeitura.
Dois dias depois, a prefeitura chama os concessionários do setor para pedir a renovação ao menos parcial da frota. Tudo soou muito estranho, até porque agora Dário vai sair “por cima”, como se estivesse fazendo alguma coisa para resolver o problema.
Além disso, a prefeitura é quem está responsável pelo financiamento dos novos 512 ônibus pelo governo federal, algo que foi recusado por todos de primeira. Agora, depois de tudo isso, dessas matérias na imprensa, parece que tudo veio em “boa hora” para descer isso goela abaixo.
Enquanto isso, a licitação segue enrolada. Faltam 20 dias para completar os 100 dias do segundo governo Dário, e nada do edital sair, conforme prometido. Inclusive isso foi prometido de novo pela prefeitura.
E ao contrário do que é dito na imprensa, a primeira licitação fracassada aconteceu em 2018, e não em 2022. Na ocasião, ainda no governo Jonas, um edital completamente esdrúxulo foi barrado pela justiça e permaneceu assim por quatro anos, até que começou a se movimentar em 2022.
Desde 2023 tudo segue paralisado e a frota envelhecendo. Com os novos contratos depois da licitação, as empresas vencedoras do certame conseguem longos contratos de financiamento para a renovação da frota, o que é limitado em uma situação de contrato curto.
Com um contrato por vencer, fica difícil fazer financiamentos ainda mais com o encarecimento do valor do material rodante. A prefeitura diz que com a renovação “emergencial”, voltará a pagar a depreciação de frota, o que está barrado por conta da idade avançada.
Em outras oportunidades, as empresas já anunciam as renovações de frotas. Desta vez, não foi nada prometido, conforme a própria prefeitura divulgou. Se a solução está na licitação, porque a prefeitura então não a faz logo para resolver os problemas?
Do jeito que a prefeitura diz, parece que todos os probleams serão solucionados depois da licitação, sendo que a maior parte deles poderiam ser resolvidos ainda no atual contrato.
Enquanto isso, Vinicius foi nesta semana ouvir as pataquadas elitistas em uma reunião de bairro, para ouvir pedidos de manutenção de linhas esdrúxulas de ônibus que atendem os mais abastados e prejudicam os trabalhadores.
E assim segue a cidade das ‘coincidências’…
Leia também: História dos Transportes em Campinas | A região do Ouro Verde (Capítulo 34)
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O “chá da tarde” com empresários
Dário convoca empresários e exige ônibus novos (mas sem pressa, tá?)
Com a missão hercúlea de melhorar o transporte público “imediatamente”, o prefeito Dário Saadi chamou nesta quarta-feira (20) os empresários de ônibus para uma reunião que pareceu mais um chá da tarde do que uma convocação de emergência. O objetivo? Pedir, por gentileza, que as empresas alugassem ou comprassem uns ônibus novos aí, se não for muito incômodo.
No encontro, estavam presentes os donos da VB, Itajaí e Campibus — as mesmas empresas que há anos operam o transporte campineiro e que, coincidentemente, continuam rodando com veículos mais velhos que a piada do “careca sem graça” do prefeito.
O secretário de Transportes, Fernando de Caires, e o presidente da Emdec, Vinícius Riverete, também participaram da reunião, que teve como grande resultado… um pedido educado aos empresários.
Não dá para esperar a licitação (mas a gente vai esperar mesmo assim)
Dário declarou, com aquela firmeza de quem promete sem prometer, que “os usuários merecem conforto e qualidade”. Mas, Riverete logo explicou que a solução definitiva virá com a licitação — que está só um pouquinho atrasada desde 2022 e pode, quem sabe, sair ainda esse ano… ou não.
Enquanto isso, os passageiros que aguardem, porque a renovação emergencial da frota será feita “de acordo com a planilha de custos”, o que, na prática, significa: se for conveniente para as empresas, elas compram ônibus novos; se não for, segue o baile.
Mas e o dinheiro?
Ah, essa é a melhor parte! Atualmente, a Prefeitura não paga a parte do subsídio que deveria servir para renovar os ônibus. Mas, se as empresas resolverem colocar ônibus novos, essa parte volta a ser paga, o que, veja só, pode aumentar o valor do subsídio. Ou seja, os empresários não vão perder nada e, se bobear, ainda saem no lucro.
Licitação: o eterno “logo menos”
A Prefeitura aproveitou o release para reforçar que “dessa vez vai”: a licitação do transporte público está sendo preparada com muito carinho desde 2022, já teve várias audiências públicas, um edital que ninguém quis e até uma nova tentativa de consulta pública.
Agora, a nova promessa é publicar a minuta do edital nos primeiros 100 dias de 2025, ou seja, até abril. Se isso acontecer mesmo, será um verdadeiro milagre. Mas, se a história se repetir, é capaz de chegarmos em 2026 com os mesmos ônibus caindo aos pedaços e as mesmas desculpas esfarrapadas.
No fim das contas, a única coisa realmente “imediata” no transporte público de Campinas continua sendo a paciência dos passageiros, que já venceu faz tempo.
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Para condomínio fechado: operação especial. Para o resto da cidade: paciência.
A Emdec anunciou com grande entusiasmo que vai realizar uma operação piloto para melhorar o trânsito… não, não é no Corredor Central, nem na Alberto Sarmento ou na John Boyd Dunlop. Dessa vez, a prioridade é o Swiss Park, um condomínio de alto padrão que, aparentemente, não foi tão bem planejado assim quando o assunto é escoamento de trânsito.
O problema? O congestionamento na saída do condomínio no horário de pico da manhã, que tem feito os moradores perderem valiosos minutos a caminho da rodovia. A solução encontrada pela Emdec? Fechar acessos, bloquear retornos e mobilizar agentes para facilitar a fuga dos motoristas do bairro nobre.
Sim, enquanto a maioria dos campineiros precisa se virar no transporte público sucateado ou dirigindo por avenidas cada vez mais congestionadas, a Emdec enviou quatro agentes e até um drone para garantir que os motoristas do Swiss Park possam sair sem estresse de seu próprio congestionamento.
A Emdec afirma que a operação durará cinco dias úteis, período em que serão feitos ajustes para otimizar o trânsito na região.
Agora fica a pergunta: quando foi a última vez que a Emdec fez algo parecido nos bairros ou mesmo na região central? Quantas operações já foram feitas para reduzir o tempo de deslocamento dos ônibus lotados que atravessam Campinas todos os dias? Mas claro, a lógica é sempre a mesma: para quem anda de carro e mora em condomínio fechado, solução rápida. Para o resto da cidade, paciência.
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Prefeitura resolve fazer obra na Av. Anchieta na hora de pico e trava transporte
Saiu de casa hoje? Já se prepare que a sua volta de BRT será pior que nos demais dias. A Emdec resolveu fazer uma obra em plena hora de pico e no trecho mais crítico do transporte.
Sob responsabilidade da mesma empresa que já está fazendo obras similares em outros pontos da cidade, foi iniciada há pouco uma obra na Avenida Anchieta, no ponto da esquina com a Rua Dona Libânia.
Diz a prefeitura que está sendo instalado um piso rígido, de concreto, para a circulação dos ônibus. Lembrando que nesse ponto já existe o piso de concreto instalado no ano passado.
O trecho deverá ficar totalmente bloqueado por 10 dias e o ponto, diz a Emdec, que será desativado. Lembram do caos na Avenida Orozimbo Maia com essas obras? A Emdec em um dia disse que o ponto estaria desativado, mas os “ótimos” agentes mantiveram o ponto ativo, com o povo todo espremido em um pedacinho de calçada e travando todo o trânsito.
A empresa vai fazer a instalação de um novo piso em cima do piso que já existe, ou seja, mais dinheiro gasto à toa e mais dinheiro para o bolso da empreiteira, que já é alvo de reclamação de motoristas por conta da má qualidade do produto usado.
Em alguns pontos já há rachaduras no concreto, indicando que ou a obra foi muito mal feita, ou o material usado é de baixa qualidade. Mesmo assim, não há questionamentos e a prefeitura continua pagando em dia.
Outro ponto onde já existe concreto e a empreiteira está fazendo a obra novamente é na Avenida Irmã Serafina, por sinal obra que atrasou todos os BRTs durante esta semana graças ao péssimo trabalho de “desorganização” do trânsito pela Emdec.
As obras no Corredor Central são cada vez mais comuns, mas nunca há um planejamento adequado de trânsito para que haja um mínimo de fluidez. Tudo é sempre no improviso e quem perde é o usuário do transporte.
Nos terminais onde os BRTs fazem pontos iniciais e finais os passageiros ficam enfurecidos por conta dos constantes atrasos ocasionados por essas obras, que agora são repetidas.
Lembrem que recentemente a prefeitura divulgou uma nota sobre um “asfalto” especial que foi usado no recapeamento de toda Avenida Anchieta para que os ônibus pudessem circular com mais segurança.
O trecho priorizado foi justamente na região da Rua Dona Libânia, e agora, no mesmo trecho, será feita a instalação do concreto. Será que a prefeitura está com dinheiro sobrando para jogar fora? Por quê esse trabalho já não foi feito antes?
Quando o seu BRT atrasar, lembre sempre da prefeitura e suas obras sem pé e nem cabeça no Centro.
Leia também: Campinas tem rua com uma lombada a cada 160 metros; Excesso de redutores prejudica veículos
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Cheia de problemas no transporte, Campinas resolve priorizar trem que nem saiu do papel
Mais uma reunião sem pé e nem cabeça aconteceu no Paço Municipal de Campinas nesta última terça-feira, dia 11 de março. Com uma cidade cheia de problemas no setor de transportes, a prefeitura resolveu se “reunir” com os responsáveis pela Concessionária TIC Trens.
A TIC Trens é a empresa responsável pela construção e operação do Trem Intercidades, cuja operação está prevista para acontecer em 2029. A fase de elaboração do projeto básico deve terminar em setembro deste ano (se fosse aquele famoso secretário de Campinas, seria em 2049).
Diz a prefeitura que o objetivo dessa reunião foi “alinhar ideias para somar esforços”, ou seja, nada com nada. Com uma tonelada de problemas para resolver, a prefeitura faz uma reunião vazia sobre algo que nem é de sua competência.
O Trem Intercidades é uma obra do Governo do Estado de São Paulo. Nessa tal reunião foi passado o cronograma de implantação do trem. Em Campinas serão feitas três plataformas, sendo duas para passageiros e uma para carga.
A turminha famosa da prefeitura esteve presente nessa reunião para “fazer espuma”. Curiosamente essas pessoas não aparecem em reuniões para debater os problemas do transporte de Campinas, como por exemplo os trajetos esdrúxulos e a evasão recorde.
Campinas, como sempre a metrópole do atraso.
Leia também: Exclusivo | Estação-modelo de novas catracas no BRT tem quase 100% de evasão durante a noite
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Milagre no busão (e o preconceito de uma gestão) 🚍🎓
Em uma demonstração de puro assombro, a Emdec divulgou um feito que, segundo sua própria lógica, desafia todas as expectativas: um usuário do transporte público conseguiu ser aprovado em Medicina em cinco universidades. Eles parecem estar genuinamente surpresos com o fato de que alguém que pega ônibus diariamente não se tornou apenas mais um sofredor anônimo.
💭 Afinal, transporte público é só para os derrotados, não?
A grande ironia é que, ao exaltar essa história como um acontecimento extraordinário, a Emdec reforça a ideia de que o transporte público não é um meio digno de mobilidade, mas sim um castigo reservado para quem não teve outra alternativa. O próprio tom da matéria entrega esse preconceito: “vejam só, um passageiro do busão conseguiu vencer na vida! Quem diria?”🚏 O governo Dário Saadi e sua visão sobre transporte público
Se essa história foi promovida com tanto alarde, é porque a administração municipal enxerga o transporte público não como uma escolha viável e digna, mas como um fardo do qual poucos conseguem escapar. Afinal, se andar de ônibus fosse algo minimamente aceitável, ninguém estaria tratando um caso como esse como uma jornada de superação digna de um documentário motivacional.🔮 E a conclusão que fica…
Enquanto a Emdec trata essa história como um evento miraculoso, a verdade é que o transporte público deveria minimamente atraente a ponto de que esse tipo de conquista não precisasse ser celebrada como algo fora do comum. Mas enquanto isso não acontece, seguimos com as manchetes que parecem dizer: “Se você anda de ônibus, aceite seu destino. Mas se escapar dele, pode virar notícia!” 🚍✨
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“Choveu? Boa sorte, motorista!” – O guia definitivo da Emdec para sobreviver aos alagamentos (mas sem resolver o problema de verdade)
Com a temporada de chuvas a todo vapor, a Emdec decidiu compartilhar sua vasta sabedoria sobre como sobreviver dirigindo em Campinas quando a cidade vira uma Veneza improvisada. O problema? Nenhuma dessas dicas resolve o motivo real dos alagamentos. Mas, ei, pelo menos tem placas e alertas no Waze!
Placas que avisam o óbvio e revelam a real prioridade da Prefeitura
Se você anda por Campinas, já deve ter visto as placas informando que certas áreas são “sujeitas a alagamentos”. A pergunta é: se a Prefeitura já sabe onde alaga, por que não resolve o problema? Ao invés de investir em drenagem, o máximo que fazem é um aviso para você se virar. Quem sabe, no futuro, pintem faixas de natação no asfalto.
Se a água chegou na metade da roda, abandone tudo e corra!
A Emdec recomenda que, se o alagamento estiver na altura da meia roda, você abandone o carro e procure um local seguro. O que eles não explicam é: qual local seguro? Se você está preso no meio de um rio improvisado na Ruy Rodriguez, a única opção viável pode ser pegar carona em um colchão boiando.
Alertas no Waze: uma boa ideia que não resolve o principal problema
Vamos dar crédito onde é devido: alertar motoristas pelo Waze sobre pontos de alagamento é uma iniciativa interessante. Mas vamos combinar? Melhor ainda seria se outras áreas da Prefeitura fizessem algo para que esses pontos críticos deixassem de existir. Afinal, de que adianta saber que o Piçarrão virou uma lagoa, se nada é feito para impedir isso ano após ano?
Bloqueios preventivos: a Emdec trabalha, os outros dormem
A Emdec adora montar operações especiais nos dias de chuva. Fecham ruas, fazem desvios e garantem que, pelo menos, tentaram organizar o caos. Mas onde estão os outros órgãos da Prefeitura que deveriam atuar na causa dos alagamentos? Quando o problema exige drenagem, limpeza de bueiros e infraestrutura, aí ninguém aparece.
Quer ajuda? Boa sorte no Disque-Nada-Resolve
Se tudo der errado e você ficar preso na chuva, a Emdec lembra que pode ligar para um dos vários números de emergência. O problema? Resolver de verdade o alagamento não é com eles. Melhor já salvar na agenda o contato do guincho, do mecânico e, se possível, do bombeiro mais próximo.
Em resumo: a Emdec até tenta organizar o caos, mas enquanto outras áreas da Prefeitura continuarem ignorando a necessidade de infraestrutura e prevenção, a solução vai ser sempre a mesma – desviar, remar ou torcer para que a água abaixe antes do motor morrer.
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