Coluna da Cidade | Três candidatos a prefeitura de Campinas, três que escondem seus passados e se passam por “bonzinhos”

A reta final da campanha eleitoral em Campinas tem se mostrado pior que o previsto. Os três primeiros colocados nas pesquisas, com seus tetos de vidros, continuam atacando uns aos outros, sempre na maior hipocrisia. Vejam porquê:

  • Pedro Tourinho ataca Dário Saadi com a história do “ficha limpa”, dizendo que o seu adversário foi cassado e está inelegível por 8 anos. Usando de completa desonestidade, reafirma isso categoricamente. Porém quando seu padrinho político, o presidente Lula, foi condenado em primeira instância, não era isso que seu partido, o PT dizia. Na ocasião, o seu partido dizia que ainda haviam outras instâncias e que na primeira não havia efeito algum. Ou seja, para Tourinho, existem dois pesos e duas medidas.
  • Dário Saadi diz que tem corrupção zero em seu governo. Até o presente momento realmente não há nada que indique isso, mas mostra vários feitos de seu governo. Ele poderia ser mais honesto e mostrar que muitas das obras estão ainda em andamento e muito atrasadas, e de propósito.
  • Rafa Zimbaldi entrou na onda do “ficha suja” do Dário e diz ser ficha limpa, mas se esquece do esquema em que foi citado em 2005, quando seu pai, o então deputado Salvador Zimbaldi, tentou dar dinheiro para a então vereadora Leonice da Paz, desistir de seu mandato. Na ocasião, Rafa, seu pai e Jorge Schneider participaram de uma reunião sobre esse assunto. Isso é fato e está no site https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0707200535.htm.
  • Rafa também não diz que nesse entremeio todo estava o então suplente Marco Abi Chedid, dono da Sancetur (empresas de ônibus SOU), que queria entrar na Câmara com a saída de Leonice da Paz, acusada de comprar votos na época. Numa eventual eleição de Rafa, a SOU assumiria o transporte em Campinas? Caso sim, já se sabe de onde vem a amizade.
  • Pedro Tourinho também se esquece, ou faz questão de esquecer, que agora como deputado federal, tem um gordo salário e não está nem aí para Campinas. Tanto que apareceu pela cidade apenas nos últimos meses, para fazer campanha. É o mesmo caminho tomado por Márcio Pochmann, que perdeu duas eleições por fazer exatamente o mesmo que Tourinho faz agora: aparece só perto de eleição e ataca todo mundo.
  • Dário se vende como um prefeito do bem, até pode ser, mas esconde seu secretariado. Um de seus secretários, herdado da gestão Jonas Donizette, atrasa sistematicamente as obras de seu governo em prol da velha política. É só ver como estão o Mercado Municipal, o Centro de Convivência e o BRT. O mesmo não acontece na Secretaria de Serviços Públicos.
  • Falando nisso, durante o governo Jonas, esse secretário que atrasa obras foi responsável por um enorme acúmulo de processos trabalhistas na Emdec, quando esteve na presidência, por assédio moral. Quem é de longa data na Emdec tem péssimas lembranças da sua gestão. E não pode se esquecer do tempo em que ele ficava multando as pessoas na rua, mesmo sem poder. O Ministério Público pediu sua cassação, o que foi ignorado por Jonas. Além de manter o cargo, ainda ganhou uma boquinha no governo Dário.
  • Outro número que não faz muito sentido e é “comemorado” por Dário é o do BRT: 70 mil usuários. Comemorar isso é praticamente assinar o atestado de incompetência e fracasso do sistema. Qualquer outra linha simples e mediana carrega mais de 100 mil pessoas por mês. Um BRT, que é um sistema de massa, carregar só 70 mil pessoas por mês, é confirmar a incompetência e a irresponsabilidade com o dinheiro público.
  • Rafa parece um papagaio com a história do Poupatempo da Saúde. Sem propostas concretas para a cidade, repete o que já existe, como dar passagens para pessoas em situação de rua voltarem para suas cidades de origem. Sobre o Poupatempo da Saúde, só se falou que a ideia é fazer no prédio do Palácio da Justiça, que nem tem estrutura interna para esse tipo de empreendimento, e o que teria lá, mas nada sobre como seria feito. Ou seja, mais uma proposta vazia.
  • Ao lado de Rafa, Tourinho e alguns candidatos a vereador do PT, sem qualquer responsabilidade com o dinheiro do contribuinte, prometem tarifa zero no transporte público, mas não dizem quem vai pagar a conta. Nenhuma cidade do porte de Campinas tem isso justamente por conta do custo altíssimo, mas isso ninguém conta. Um candidato a vereador do PT ainda prometeu “municipalizar” o transporte, algo que já foi feito e não foi pra frente. Pessoas assim esquecem ou fazem questão de não conhecer a história e prometer o impossível em nome do poder.
  • Os outros dois candidatos a prefeito, nem aparecem. Mas Wilson Mattos em entrevista recente se passou por coitado, dizendo que se morasse no Brasil seria um pobre, e que ficou rico indo trabalhar nos Estados Unidos. Grande ‘ideia’ para a prefeitura de Campinas…

Por Gilberto Beaumont.
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