Milagre em Campinas: a Emdec vai mexer no trânsito de verdade — e, pasmem, para melhor. A segunda etapa da reconfiguração viária na região do Balão do Bela Vista finalmente vai sair do papel. E olha que esse papel já estava quase virando fóssil.
A mudança, que dá sentidos únicos à Leonardo da Vinci e à Nossa Senhora de Fátima, é uma daquelas raras ideias que realmente fazem sentido. Menos conflito, mais fluidez, mais segurança. Sim, é bom. Sim, é necessário. E sim, demorou só uns dez anos para alguém ter coragem de fazer.
Enquanto isso, a cidade ficou refém de velhos gargalos que todo motorista conhece de cor — e que o ex-Secretário de Transportes e atual Secretário de Infraestrutura prometeu resolver lá atrás, com seus “plano de pontos críticos”. No fim, pouca coisa foi feita e o fluxo que mais andou foi o de promessas.
O curioso é que sempre que a Emdec resolve tocar alguma intervenção urbana, brota o tradicional coral dos “não mexe na minha rua!”. São os mesmos que reclamam do trânsito, mas surtam se a vaga de estacionamento em frente ao portão virar faixa de rolamento. O campineiro “tradicional” é assim: quer mudança, mas não quer mudar nada.
Então, ponto positivo para a Emdec e para quem bancou a decisão — mesmo que com uma década de atraso. Agora, só falta lembrar que existe outro “balão” que segue emperrado há muito mais tempo: o do Castelo, que possui projeto viário pronto há anos, chegou a ser discutido com moradores mas ficou perdido entre as pastas de Barreiro, Riverete e Caires.
Enquanto ele não gira, seguimos circulando em torno do mesmo problema — devagar, com paciência.





