A Prefeitura de Campinas lançou com toda pompa o novo Programa de Metas 2025-2028. E olha… que metas, hein? Tem BRT pros Amarais, pros DICs, Centro Olímpico de Skate, adutora de 7 km, novo manancial de água, mais escolas, novas UPAs, Guardas Municipais com câmeras inteligentes, e até concessão de limpeza urbana com selo PPP!
No caso do BRT, a promessa agora é construir dois novos corredores em direção aos Amarais e aos DICs, duas regiões onde o transporte público ainda é tratado com o mesmo carinho de um pneu careca. A ideia, segundo o Professor Alberto, é que tudo depende de dinheiro, tempo, estrelas alinhadas e, talvez, um milagre logístico. O detalhe é que mal terminaram o primeiro BRT (aquele que era pra ficar pronto em 2020, lembra?), mas já tão prometendo o segundo. Otimismo é isso aí.
Enquanto isso, os usuários das linhas BRT reclamam da escassez de ônibus, da lotação nos picos e do abandono das estações (algumas que, por sinal, viraram não só locais ideais para pular a catraca como também viraram ponto de distribuição de entorpecentes, camarote VIP para furtos e outros crimes). A Emdec, claro, finge que está tudo bem e aponta que agora “tá bonito”, com piso de granito e floreira. O conforto e a segurança seguem opcionais.
Mas o plano não para por aí. Lembram do Centro Olímpico de Skate, aquele do Swiss Park, que virou pista fantasma? Ainda tá lá no papel. Segundo o Professor Alberto, “continua sendo um objetivo a ser alcançado” — o que é uma forma acadêmica de dizer “a gente não faz ideia se vai sair”.
E claro, como manda o figurino de qualquer plano genérico, temos os cinco eixos mágicos: cidade acolhedora, inteligente, sustentável, criativa e preparada para o futuro. O sexto eixo, “cidade que cumpre prazos”, ficou pra próxima gestão.
Por fim, vale destacar que o jornal (aquele que está rumo aos 100 anos) tratou tudo com a seriedade de quem se escora na publicidade da Prefeitura para não cair no ostracismo e fechar as portas. Nenhuma pergunta incômoda e nenhuma cobrança por prazos ou valores em uma verdadeira matéria chapa-branca.
Se depender do papel, Campinas vai virar a Copenhague do interior. Pena que entre a meta e a execução, ainda tem um abismo… e uns 4 anos de espera.