Dário e os ônibus “quase elétricos”: o biodiesel é o novo Wi-Fi

Depois de prometer uma revolucionaria frota elétrica no primeiro mandato, Dário Saadi agora aparece todo faceiro nas páginas amareladas do falido Correio Popular para anunciar que… bom, que não vai ter frota elétrica coisa nenhuma. No máximo, uns ônibus a óleo de pastel reciclado com selo verde colado no para-brisa.

“Não estamos cravando que tem que ser elétrico”, disse o prefeito com a empolgação de quem acabou de descobrir que biometano é uma palavra. Para ele, qualquer coisa serve: biodiesel, gás de pântano, hamster na rodinha — desde que venha no release com a etiqueta “renovável”.

O mais curioso é que a entrevista parece um publieditorial escrito por um chatbot otimista: “Campinas é referência, epicentro, cidade pujante”. Mas entre a pujança e os atrasos diários no transporte público, há um abismo maior que o da migração do ISS para o IBS. E quem cai nesse buraco, como sempre, é o usuário do ônibus.

O prefeito também garante que “nunca as empresas foram tão multadas”. Faltou só dizer que nunca foram tão perdoadas também. A realidade? Ônibus pegando fogo e parcos novos veículos apresentados como se fossem artefatos alienígenas: “Olha só! Tem ar condicionado!”

Fica o aviso ao campineiro: a próxima licitação pode até trazer motor novo, mas quem vai continuar empurrando esse bonde é a paciência do passageiro.