O prefeito Dário Saadi está muito próximo de não cumprir uma de suas principais promessas de campanha. Termina nesta sexta-feira, dia 14/02, o prazo para entrega de documentação para o financiamento de um lote de ônibus zero quilômetro para Campinas.
No ano passado o Governo Federal liberou quase R$ 1 bilhão em verbas para financiamento de 256 ônibus zero quilômetro movidos a óleo diesel e outros 256 ônibus zero quilômetro movidos a bateria.
Esses 512 ônibus seriam suficientes para trocar mais da metade da frota da cidade, que está bastante antiga e precisa urgentemente de renovação, mas as coisas acabaram não saindo conforme o previsto.
Como a verba é para um financiamento, e não a fundo perdido (aquele que não precisaria ser devolvido depois), a prefeitura teve até algumas ideias, mas nenhuma foi para frente.
Inicialmente a ideia era que os permissionários de cooperativas absorvessem os 256 ônibus a diesesl, em uma compra só, mas todas as negociações fracassaram. Os permissionários não acharam vantajosos os benefícios desse financiamento, mesmo com juro menor. Alguns acreditavam que a prefeitura ia pagar e entregar de bandeja para operação.
Houve algumas ideias por parte da Emdec, como comprar os coletivos e descontar o valor da parcela do subsídio de cada permissionário, o que também foi vetado, já que no final alguns não receberia quase nada.
A parte dos ônibus elétricos era pra ser colocada no edital do transporte, que está mais enrolado que corda de caminhão. No fim, não saiu nem edital e nem a compra desses veículos.
O pior de tudo é que esses 512 ônibus foi promessa de campanha de Dário, que entre outras enrolações prometeu terminais de ônibus e o BRT no Centro para 2027, algo que parece já ter ficado para 2029, curiosamente depois das eleições e claramente com o objetivo de eleger o sucessor, assim como aconteceu no início das obras do BRT, depois que o sucessor de Jonas fosse eleito.
Sem saber o que fazer, o direito à verba de financiamento vai acabar sendo perdido à toa e por falta de habilidade da própria prefeitura. Enquanto isso, quem sofre é a população, que reelegeu o atual mandatário do Palácio dos Jequitibás com louvor: mais de 60% dos votos ainda no primeiro turno. Agora, aguenta.
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