A cidade de Campinas assiste perplexa a um rápido envelhecimento de sua frota de ônibus urbano, com a conivência da Emdec.
É a mais baixa média de renovação de frota da história da cidade. A segunda média mais baixa foi na gestão de Jonas Donizette.
Durante o governo do antecessor de Dário Saadi, a renovação de frota em oito anos não chegou a 600 coletivos, ou seja, nem toda a frota foi trocada dentro do período.
É importante ressaltar que durante o governo Hélio, que nem chegou a ser concluído em sua segunda etapa, foram entregues mais de 1000 ônibus zero quilômetro.
A dinâmica de renovação de frota mudou desde a chegada de Carlos José Barreiro à presidência da Emdec, na gestão Jonas Donizette.
Historicamente, sempre foi exigido lote de novos ônibus no ato do reajuste de tarifa, que acontece anualmente.
Com Barreiro, essa dinâmica mudou e a renovação de frota deixou de ser exigida. Tanto que a última entrega de ônibus feita por Jonas aconteceu no começo de 2015.
Em 2019 chegaram 125 novos ônibus na cidade, porém para trocar um lote já vencido em 4 anos, pois os ônibus trocados tinham 14 anos de uso.
Nunca a frota de ônibus de Campinas foi tão velha e nunca a tarifa foi tão alta. Mesmo assim, não há nem previsão de renovação de frota.
A resposta padrão da Emdec é sempre a mesma: a culpa é da licitação que não sai do papel. Barreiro deu “início” ao processo em 2018 e até hoje está enrolado.
A impressão que a Emdec deixa é que se a licitação nunca for feita, nunca mais Campinas terá ônibus novos.
Infelizmente a gestão da Emdec na área de transporte urbano tem sido um desastre desde a chegada de Barreiro ao cargo.
Com a mudança de prefeito, Barreiro continuou com poderes, mas na Secretaria de Infraestrutura, ficando responsável por continuar atrasando obras para fins políticos.
Uma prova disso é a enrolação para a finalização das obras do BRT, que está sendo empurrada propositalmente para ser concluída no ano que vem, ano eleitoral.
Na gestão Dário, a Emdec foi assumida por um técnico na área, no caso o sr. Ayrton Camargo, que ficou menos de um ano no cargo, sendo substituído por Vinicius Riverete, que estava na Secretaria de Transportes.
Mais articulado politicamente, Vinicius implantou algumas mudanças superficiais, porém a base do transporte continua a mesma desde a época do Barreiro.
Vinicius ouve mais a população, acompanha mais de perto a operação porém as bases contratuais ainda são as mesmas, tanto que a frota segue envelhecendo e sem previsão de renovação.
A desculpa, como dito acima, é a licitação. Lembrando que a licitação de São Paulo também demorou, mas a frota não deixou de ser renovada.
Aguardemos.
José Gaveta – Da Redação ODC.
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