Fazendo a “lição de casa” ao enfrentar o desafio histórico de melhorar a qualidade da educação no Brasil e ao se tornar cada vez mais atrativa para fundos alinhados ao ESG, a Rede Decisão fecha 2024 com um aporte de R$ 20 milhões. O investimento veio da Rise Ventures, uma gestora de private equity focada em negócios de impacto, que combina retorno financeiro atrativo com transformações socioambientais positivas e mensuráveis. Esse novo aporte reafirma o compromisso da Rede Decisão, que opera 21 escolas no Sudeste, com a entrega de uma Educação Básica de excelência, aliando resultados consistentes a práticas que promovem impacto social.
Com o posicionamento de ser a melhor escola do bairro, a Rede Decisão construiu um diferencial competitivo ao localizar suas unidades a, no máximo, 15 minutos de deslocamento dos estudantes. Segundo o diretor de expansão e M&A da Rede Decisão, Rafael Camacho, essa premissa integra a estratégia de crescimento do grupo, iniciada em 2015, quando Gabriel Alves assumiu a liderança do negócio.
Os resultados dos últimos anos proporcionaram ao grupo uma saúde financeira sólida, indo na contramão do setor e da economia brasileira nos últimos anos, o que reforça a atratividade para investidores. Nos últimos quatro anos, a receita líquida da Rede Decisão aumentou de R$ 70 milhões, em 2021, para R$ 146 milhões, em 2024. Atualmente, o grupo atende 11,4 mil alunos e conta com mais de mil professores distribuídos em 21 unidades localizadas nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Expansão para CampinasCom ou sem aporte, o plano de expansão da Rede Decisão para os próximos cinco anos já era ambicioso: alcançar mais de 50 escolas, apostando na escalabilidade da solução desenvolvida para a Educação Básica no Brasil. “O aporte permitirá investir ainda mais em novas tecnologias, inovação pedagógica e na formação de professores, que sempre priorizamos”, afirma o CEO, que foi aluno da primeira escola da rede. Segundo Gabriel Alves, o grupo deve crescer para a região de Campinas já no início de 2025, adicionando quase 1.500 alunos à Rede Decisão.
Relação custo-benefício
A percepção de valor pelos pais é um dos pilares do sucesso da expansão da Rede Decisão. Com mensalidades entre R$ 700 e R$ 1,8 mil, em regiões densamente povoadas, as escolas da rede se destacam como a melhor relação custo-benefício para quem não quer abrir mão da qualidade da educação dos filhos. “Onde estamos presentes, nossas escolas conquistam o reconhecimento de formar os melhores alunos, que garantem as vagas mais disputadas nas universidades ou apresentam os melhores desempenhos em concursos”, destaca o CEO. No último ano, todas as unidades da rede superaram a média nacional no Enem, e 12 das 21 escolas ficaram entre as três melhores de suas regiões.
Negociação envolveu quatro auditorias
De acordo com Camacho, a negociação com a Rise teve início em abril. “Foram oito meses de tratativas e quatro auditorias nas áreas pedagógica, financeira, jurídica e impacto/ESG, que comprovaram nossa capacidade de impactar a aprendizagem dos alunos em escala”, explica Camacho. Segundo ele, fatores como baixa evasão escolar, elevado investimento na formação docente e alto nível de satisfação dos pais foram os principais destaques que chamaram a atenção do investidor. A Rise investiu R$ 20 milhões em uma participação minoritária na Rede Decisão.
“A Rise estuda o setor de educação e especificamente de rede de escolas há alguns anos, já analisando mais de 200 empresas do setor no Brasil. Encontramos na Rede Decisão a melhor combinação entre educação de qualidade, preço acessível e escala”, afirma o co-fundador e CIO da Rise, Daniel Madureira. “O momento atual da companhia é excelente, com uma estrutura pronta para crescimento. Além disso, conduzimos uma diligência profunda no time e estrutura da Rede Decisão, e estamos entusiasmados com a qualidade dos empreendedores e time de liderança”, completa.
Queridinha dos investidores
A Rise não é a primeira a apostar na Rede Decisão. Quando Gabriel Alves assumiu a gestão, em 2015, a rede era apenas uma escola. Desde então, o grupo se destacou como um dos pioneiros no segmento de Educação Básica de qualidade com preço acessível, realizando 17 aquisições e construindo outras três escolas do zero. As aquisições foram financiadas por meio de dívidas, amortizadas com a geração de caixa dos próprios ativos. A Rede Decisão tem sido um exemplo de sucesso em M&A: as escolas adquiridas apresentam um aumento médio de 12% no faturamento, enquanto os custos operacionais foram reduzidos 8%, em média, e o desempenho dos alunos no Enem evolui ano a ano.
Em 2017, Marcelo Martins, atual CEO da Cosan e responsável por liderar as estratégias de M&A da companhia nas últimas duas décadas, tornou-se acionista da Rede Decisão, junto a outros dois investidores, com 14% das ações. Martins ocupa atualmente a presidência do Conselho da Rede Decisão.
Em 2021, a Rede Decisão recebeu um aporte de R$ 60 milhões da Blue Like an Orange Sustainable Capital (BlaO), gestora europeia especializada em investimentos de impacto em mercados emergentes. Fundada por Bertrand Badré, managing director e CFO do Banco Mundial, figura-chave no lançamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU em 2015, a BlaO adotou uma estratégia de financiamento mezanino, que combina características de dívida e participação acionária.
No início de 2023, a Rede Decisão firmou uma parceria com o Grupo Atmo Educação, sediado em Campinas (SP), que tem Daniel Castanho (fundador da Ânima Educação) como um de seus sócios. O acordo envolveu a transferência de cinco escolas do Grupo Atmo para a Rede Decisão, em troca de uma participação acionária na empresa. Com essa negociação, a Rede Decisão ampliou sua área de atuação, alcançando o interior de São Paulo a partir de Campinas.