Ao contrário do que muitos pensam, o surgimento das espinhas, bolhinhas vermelhas e inchadas cheias de pus, não se restringe ao rosto, podendo afetar qualquer parte do corpo, como os braços. Geralmente, essas espinhas surgem de forma isolada devido ao entupimento dos poros da região pelo excesso de oleosidade na pele. Porém, em alguns casos, não são espinhas. Essas “bolinhas” que surgem nos braços podem ser indícios de condições mais sérias, como urticária e até mesmo infecções. Para ajudar você a identificar essas condições e saber a hora de visitar um médico, a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explicou quais as principais causas do surgimento de espinhas nos braços. Confira:
- Acne: A acne é uma das doenças de pele mais comuns, podendo afetar qualquer parte do corpo, incluindo costas, ombros e braços. Caracterizada pelo surgimento de vermelhidão e espinhas na pele, a acne pode ser causada por diversos fatores, sendo que uma das causas mais comuns são alterações hormonais. Dessa forma, a doença afeta mais adolescentes e jovens adultos. “A acne ocorre quando a pele passa a produzir uma quantidade excessiva de oleosidade, que acaba se misturando com as células mortas do tecido, bloqueando os poros. Bactérias da pele então infectam esses poros, levando ao surgimento formação de espinhas”, afirma a médica.
- Queratose pilar: “Caracterizada por pequenas bolinhas brancas ou vermelhas, que não coçam nem doem, mas deixam o tecido com um aspecto de lixa. A queratose pilar é hereditária, por isso, enquanto tratada apresenta melhora, mas pode voltar a aparecer com a interrupção do tratamento. Geralmente, surge nas costas, coxas, glúteos e na região posterior dos braços de pessoas com pele seca.”
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Foliculite: Podendo ocorrer em qualquer parte do corpo onde existam folículos pilosos, ou seja, pelos, a foliculite é uma condição com sintomas semelhantes aos da acne e ocorre quando os folículos pilosos sofrem danos e dão abertura para a entrada de bactérias causadoras de infecção. “Dessa forma, a depilação está entre os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da foliculite. Além disso, a transpiração excessiva e o uso de tecidos justos e grossos, que não permitem que a pele respire adequadamente, também agravam o problema”, ressalta a especialista.
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Urticária: “A urticária apresenta-se como pequenas manchas vermelhas que coçam e podem surgir em qualquer lugar do corpo, desaparecendo sozinhas após um período que pode variar de minutos a horas. Geralmente, a urticária é resultado de uma reação alérgica causada por fatores como picadas de inseto, calor, alimentos, medicamentos e outros agentes.”
A boa notícia é que é possível prevenir algumas dessas condições através de cuidados básicos, como higienizar a pele da região diariamente para prevenir que impurezas e oleosidade se acumulem nos poros, bloqueando-os. “Também é importante parar com o hábito de tocar a pele constantemente, já que isso pode transmitir a sujeira e oleosidade das mãos para a região, favorecendo o entupimento dos poros”, alerta Dra. Paola. De acordo com a dermatologista, estourar as espinhas também é completamente proibido, visto que o hábito pode machucar a pele e causar infecção.
Com relação ao tratamento, cada uma dessas condições necessita de medidas diferentes. Dessa forma, o ideal é que você consulte um dermatologista, que realizará uma avaliação de sua pele e indicará o melhor tratamento para o seu caso. “Para o tratamento de acne, por exemplo, poder ser necessário o uso de medicamentos antibióticos, enquanto a queratose pilar geralmente se resolve com hidratantes específicos para a pele seca e o uso noturno semanal de certos ácidos tópicos. Já urticárias podem ser tratadas através do uso de medicamentos antialérgicos”, explica a médica. Para quem sofre com a foliculite, é recomendado o uso de sabonetes antissépticos nos locais atingidos e, em casos mais avançados, a utilização de antibióticos de uso oral ou tópico. “Por fim, a acne pode ser tratada através da utilização de cremes e loções tópicas formuladas com ativos como ácido azeláico e peróxido de benzoíla, além do uso habitual da Isotretinoína e outros antibióticos”, finaliza a Dra. Paola Pomerantzeff.
DRA. PAOLA POMERANTZEFF: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais. http://www.drapaola.me/
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