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      Conforme previsto pelo ODC, obra do BRT deverá terminar apenas em 2024, ano de eleição municipal

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      Conforme já previsto por duas vezes pelo ODC em matérias anteriores, a finalização da obra do BRT de Campinas ficará apenas para o final do ano de 2023. E quem acredita nessa data?

      Ontem, o secretário de infraestrutura, Carlos José Barreiro, pasta responsável pelo término das obras, disse em entrevista à Rádio CBN Campinas que a licitação para a contratação de uma nova empresa que deverá finalizar as obras abandonadas pelo consórcio formado pelas empresas Artec e Metropolitana no Corredor Ouro Verde, deverá levar pelo menos seis meses, e depois serão mais de seis a oito meses para que a obra seja definitivamente concluída.

      Em reportagens anteriores o ODC já havia levantado a hipótese de Barreiro atrasar a obra o máximo que conseguisse para que a inauguração do sistema acontecesse apenas em 2024, ou seja, ano de eleição municipal. O mesmo secretário, quando ainda era presidente da Emdec, atrasou o início das obras para depois da reeleição de Jonas Donizette. A informação foi dada pelo mesmo em conversa informal com jornalistas durante uma visita técnica às obras do sistema ocorrida no dia 27 de setembro de 2018.

      O ODC não foi oficialmente convidado a participar dessa visita por meio da Emdec, mas recebeu convite de um conselheiro do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes. Na ocasião, antes da visita às obras, ainda em fase inicial, o então presidente da Emdec confirmou o atraso proposital do início das obras, que coincidente completou cinco anos nesta semana.

      O mais curioso em tudo isso é que desde 2019 a empreiteira Artec apresenta dificuldades financeiras, o que culminou com o cancelamento de seu contrato nas obras do BRT de Sorocaba, depois de uma greve de funcionários em dezembro daquele ano. De lá pra cá, as obras apenas se arrastaram nas mãos dela e nada foi feito. A prefeitura simplesmente continuou como se nada estivesse acontecendo.

      Se na época alguma atitude já tivesse sido tomada, muito provavelmente as obras já estariam finalizadas nas mãos de uma nova empreiteira. Para piorar, o Executivo da cidade simplesmente fecha os olhos para tamanho desmando, e na Câmara dos Vereadores, apenas conversas que não levam a nada.

      O secretário já deu várias explicações, sempre muito furadas e com prazos jamais cumpridos, e nenhuma atitude concreta é tomada nem pelo Executivo e nem pelo Legislativo, que assiste a tudo passivamente.

      Pelo “novo prazo” dado pelo secretário, a nova empreiteira deverá ser escolhida até fevereiro de 2023, quando as obras deverão ser retomadas, com finalização total no final do mesmo ano. Dá para acreditar em um prazo tão absurdo vindo de uma pessoa que diz que o sistema está “100% operacional desde o final de 2021”, e que falta “menos de 11% para finalizar tudo”?

      Se falta tão pouco, por que tamanha demora? Outra incongruência encontrada pelo ODC nos discursos do secretário é o prazo das obras, que são sempre entre 6 e 8 meses. A obra do Terminal Santa Lucia estava prevista para acabar “entre 6 e 8 meses”, e ainda nem foram finalizadas.

      O prazo é sempre o mesmo, parece discurso já previamente escrito, mas misteriosamente ninguém cobra nada, todos aceitam passivamente esse escárnio com o dinheiro público. Parece que a Prefeitura de Campinas e a Câmara dos Vereadores simplesmente lavaram as mãos para o que é chamada como a “maior obra pública de mobilidade do país em andamento”.

      E o secretário continua no cargo, ganhando seu salário, que não é pouco, e “tocando” a obra do jeito que lhe dá na telha. E não se esqueçam que o ex-prefeito Jonas Donizette já o chamou de “o tocador de obras”. Um desrespeito com o dinheiro público.

      Em respeito ao leitor, a contagem de atraso da obra vai continuar até que ela seja finalizada. Prazo deve ser cumprido, e não simplesmente cancelado e adiado por conta da boa vontade de homens públicos, em detrimento da população.

      E FIQUEM DE OLHO! Se esse “novo prazo” não for cumprido, guardem esta matéria e cobrem. 2024 já está quase aí.

      Da Redação ODC.
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