CPqD: não é só um centro de pesquisa, é o Pólis de Tecnologia, um gigante condomínio de inovação em Campinas

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), em Campinas, é uma das entidades mais tradicionais na história da inovação tecnológica brasileira.

Nascido em 1976 como a unidade de P&D do Sistema Telebrás, o CPqD foi responsável por inovações cruciais, como o cartão para telefones públicos e a central telefônica digital.  

No entanto, para quem passa pelo seu extenso campus hoje, a definição de “Centro de Pesquisa” parece incompleta. O endereço é, na verdade, um polo de tecnologia vibrante, que se encaixa perfeitamente na descrição de um “condomínio de empresas” de base tecnológica: o Pólis de Tecnologia.

A estrutura do condomínio: o Pólis de Tecnologia

O complexo físico do CPqD é oficialmente reconhecido como Pólis de Tecnologia e integra o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec).

Um parque tecnológico é um ambiente projetado para fomentar a inovação, a colaboração e o crescimento de negócios.

O Pólis de Tecnologia, em Campinas, cumpre esse papel ao oferecer uma infraestrutura de alta performance que hospeda uma série de empresas, laboratórios e outras instituições, que vão muito além da área de telecomunicações.  

Entre as organizações que operam no Pólis de Tecnologia, seja como parceiras, residentes ou afiliadas, destacam-se:

  • Empresas de Tecnologia e Software: Grandes companhias de tecnologia global, como a CI&T e a Daitan Labs, mantêm operações no complexo.
  • Empresas de Comunicações: A Padtec, especializada em sistemas de comunicação óptica, e a Trópico S.A. (com participação do CPqD e notória em tecnologia de redes), estão presentes, dando continuidade ao legado das telecomunicações.  
  • Setor Público e Infraestrutura: A RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa) e unidades do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) também fazem parte do ecossistema.
  • Serviços Especializados: O complexo também abriga empresas de áreas diversas, como a EUROFINS DO BRASIL (análises de alimentos) e laboratórios como o Centro de Investigações Hematológicas Dr. Domingos A. Boldrini.

O Pólis de Tecnologia é projetado para que essas empresas possam focar em inovar e crescer, aproveitando os serviços essenciais, os espaços corporativos adaptáveis e os ambientes que estimulam a conexão e os negócios.  

O que o CPqD (a Instituição) faz lá dentro?

Embora o local seja um condomínio de empresas, o CPqD (a instituição) continua sendo o seu grande âncora e mantenedor, atuando como um dos maiores centros de P&D da América Latina.  

A entidade atua de forma independente desde 1998, oferecendo um portfólio de soluções focado em tecnologias da informação e comunicação (TIC). Sua pesquisa e desenvolvimento (P, D&I) está na vanguarda de temas como:

  • Inteligência Artificial (IA): O CPqD possui forte competência no desenvolvimento e uso da IA.  
  • Internet das Coisas (IoT) e Conectividade Inteligente: Soluções para redes programáveis e ambientes hiperconectados.  
  • Segurança e Blockchain: Tecnologias para transformar a segurança corporativa e de dados.  

A pesquisa interna da instituição continua gerando inovações de ponta, como o desenvolvimento de um chip fotônico para a internet do futuro, com alta capacidade de transmissão de dados pela fibra óptica.  

Além disso, o CPqD também lidera programas de inovação aberta, como o Hub TECHOÁ, uma iniciativa que promove a sustentabilidade a partir da aplicação de tecnologias digitais. O Hub TECHOÁ, que já recebeu prêmios de inovação , é um exemplo claro de como o complexo atua não apenas alugando espaço, mas fomentando ativamente o ecossistema.  

Em resumo, o que os visitantes veem é o Pólis de Tecnologia, o parque que congrega uma diversidade de atores da inovação. No entanto, o motor desse ecossistema e o coração da pesquisa de ponta é o CPqD em si, que compartilha o espaço com seus parceiros e residentes