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      “Cuidado com o vão”. Como está a BRT20 depois de cinco meses?

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      Em novembro de 2022, a linha BRT20 começou a operar ligando o Terminal BRT Mercado ao Terminal Campo Grande, atendendo poucas estações. Foi o que a Emdec conseguiu fazer com o que havia pronto do Corredor Campo Grande, e uma forma de tentar colocar em funcionamento o elefante branco que consumiu milhões de reais, idealizado por Jonas Donizette e (mal) executado por Carlos José Barreiro.

      Aos poucos, a linha foi ganhando expressão, e, com o conhecimento, as pessoas passaram a acessar o terminal novo, deixando de pegar a superlotada 212 no Corredor Central.

      O ODC andou no começo da linha, e agora pegou novamente para saber se a operação já desandou ou se o BRT realmente faz diferença no caminho dos campineiros.

      Como usuários do sistema que somos, ninguém se identificou como imprensa, nem falamos o dia que faríamos a viagem, para evitar qualquer tipo de maquiagem.

      O embarque foi no Terminal BRT Mercado, por volta de 16h45. A fila estava grande para embarcar no carro 2000, que tinha chegado mais ou menos no mesmo horário.

      Assim que o carro estacionou e as portas abriram, um fiscal da Emdec falava a todo momento para as pessoas: “cuidado com o vão”. Adesivos foram até instalados nas portas das estações para alertar isso.

      Como diz a frase popular, “se tem aviso é porque tem história”. A imprensa em geral não soube de nenhum grave acidente com o vão do BRT, mas alguma coisa já deve ter acontecido. Fato é que, em teoria, o ônibus deveria ter uma rampa que se conectasse diretamente com a estação, como acontece em Curitiba. Mas, para ‘economizar’, a obra tocada mal e porcamente pelo Barreiro preferiu pela solução mais espartana. Cuidado com o vão.

      O ônibus saiu às 16h51 (o horário de tabela é 16h50, mas nem dá para considerar isso como atraso, convenhamos), com todos os bancos ocupados e alguns passageiros de pé.

      Apesar do carro de prefixo 2000 ter ar-condicionado, um conjunto de janelas podia ser aberta, e estava arreganhada. Infelizmente, não dá para contar com o apoio da população em muitos momentos.

      A viagem seguiu sem grandes intercorrências. Os passageiros pareciam já utilizar a linha há algum tempo, então não estranhavam mais a ‘demora’ para o veículo manobrar na plataforma, e o tempo de abertura das portas.

      Aparentemente houve uma mudança, e a porta da estação abre três segundos depois da abertura total da porta do ônibus. Isso pode incomodar pessoas mais ansiosas, mas é uma medida de segurança adicional.

      Na Estação BRT Rodoviária embarcaram apenas três passageiros. Parece ser o ponto em que menos há movimentação no sentido do bairro. No caminho pelo antigo trecho do VLT, foi possível notar que algumas das estações que ainda não estão em uso já foram pixadas. De novo, não dá para contar com o apoio de algumas pessoas 100% do tempo.

      O próximo passo do uso do BRT deve ser o funcionamento destas estações (Alberto Sarmento, Bonfim, Vila Teixeira), mas um trabalho vai ter que ser refeito por ali, sem dúvidas. O que poderia ter sido evitado, se a obra tivesse sido entregue no prazo, né, Barreiro?

      Na Estação Aurélia, uma diferença notável: antes, a linha praticamente não tinha desembarques antes da Rodovia dos Bandeirantes. Agora, mais pessoas passaram a pegar o BRT para chegar até a região do Unimart. Uma dezena de passageiros desembarcou e outros vários embarcaram.

      O primeiro gargalo de trânsito apareceu, apesar dele ser temporário: o trecho do BRT no cruzamento da Avenida Transamazônica foi parcialmente demolido para que possa ser feita a estrutura da ponte que vai passar por cima da avenida e acabar com aquele cruzamento que demora muito. Essa é uma obra que deveria ter sido feita quando o corredor começou a ser construído, mas, enrolado como sempre pelo indefectível secretário de Infraestrutura.

      Nas estações Garcia e Londres, poucas pessoas embarcaram, assim como na Estação PUCC/Roseira.

      O segundo gargalo de trânsito chegou: Jardim Ipaussurama. Não há qualquer sinalização de obra começando por ali. O ODC entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Infraestrutura, que está levantando as informações — vamos publicar uma reportagem à parte quando a resposta chegar.

      O ônibus ficou parado ali alguns minutos no trânsito e no semáforo. Passada a Rodovia dos Bandeirantes, volta o ritmo. A Estação Bandeirantes está mal conservada e parece também não ter qualquer expectativa de ser utilizada.

      No Terminal Satélite Íris, alguns passageiros desembarcaram. As estações Florence e Rossin funcionam a contento. A do Nova Esperança, apesar de estar com luzes funcionando e até bancos, ainda não está operacional. A chegada ao Terminal Campo Grande foi às 17h39. Movimentação imensa, como já era de se esperar.

      O ônibus chegou com passageiros em pé. Não houve superlotação, mas é possível notar que já começou a tendência de migração de passageiros entre os trechos, o que é um excelente sinal.

      E tomara que continue assim.