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      Cuidados com os olhos devem começar logo no primeiro ano de vida

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      “Minha filha teve aula on-line por dois anos por causa da pandemia. Ela usou um tablet e um celular em algumas ocasiões para participar, mas não chegou a se queixar de problemas na vista. Porém, eu e o pai percebemos que ela começou a espremer os olhos”, conta a jornalista Érica Barros, 37 anos, sobre a filha, Luana, de nove.

      “Na primeira consulta com o oftalmologista, a médica preferiu não receitar óculos, apesar de ter identificado a necessidade, e pediu para que ela ficasse menos tempo no celular. Três meses depois, percebemos que ela começou a espremer o olho ainda mais e voltamos à médica, e aí o estrago já era grande. Ela precisava usar os óculos e estava com um grau de miopia”, acrescenta.

      A jovem estudante é um dos 50 milhões de brasileiros que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), sofrem algum tipo de distúrbio da visão.

      Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) indicam que cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam problemas oftalmológicos, como miopia, astigmatismo, hipermetropia, além do estrabismo (desalinhamento dos olhos) e da ambliopia (ou “olho preguiçoso”).

      Um estudo publicado na revista científica The Lancet revelou que, durante a pandemia, houve aumento de 40% dos casos de miopia em crianças e jovens de cinco a 18 anos na América do Sul.

      No Brasil, dados levantados entre abril e junho de 2021 pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) mostraram que o principal motivo da progressão é o uso excessivo de aparelhos eletrônicos e a falta de atividade ao ar livre, que tendem a agravar o quadro da miopia.

      Maria Claudia Gallo, oftalmologista do Vera Cruz Hospital, explica que, assim como Luana, é aconselhável que todas as pessoas façam uma pausa durante o uso de dispositivos eletrônicos.

      “A situação é preocupante, uma vez que essas mudanças de hábitos afetam a saúde ocular dos jovens, com possibilidade de complicações no futuro. Recomendamos evitar o excesso, fazer pelo menos duas horas de atividades ao ar livre e dar pausas durante o uso de celulares, tablets, computadores e outros”, detalha.

      Segundo a médica, pesquisas mundiais mostram que, hoje em dia, os tratamentos estão bem avançados, visto que a miopia já é considerada uma pandemia.

      “Para jovens de até 16 anos, já existem tratamentos com colírio, uso de lentes de óculos e lentes de contato específicas para evitar esse aumento de grau. No Vera Cruz Oftalmologia, prescrevemos tratamentos que auxiliam na progressão da doença e temos muito sucesso com vários pacientes, pois diminuíram a progressão da miopia”, destaca.

      Segundo a especialista, é importante consultar um oftalmologista desde o primeiro ano de vida ou a qualquer sinal de algo errado.

      “O exame entre seis meses e um ano de vida pode diagnosticar muitas doenças, e quanto mais precoce o tratamento, mais eficaz. Depois, as famílias devem seguir com visitas anuais. Se a criança necessitar de óculos, as consultas geralmente devem ser semestrais ou, em caso de alguma doença, de acordo com a recomendação do médico”, pontua.

      O baixo rendimento escolar, dores de cabeça frequentes, dificuldades de enxergar e a mania de “espremer” os olhos ao olhar para longe (característica do míope) merecem uma atenção especial e uma visita ao oftalmologista.