O transporte coletivo em Campinas sofreu uma queda brusca no número de passageiros com a chegada da pandemia do novo coronavírus em março de 2020.
De fevereiro para abril de 2020, a queda no número de passageiros foi de quase 70%. Se comparado com o último mês com maior número de passageiros, que foi outubro de 2019, quando o sistema registrou 14.235.968 passageiros, o tombo foi ainda maior: 73,51%.
Em abril de 2020, o sistema teve 3.770.055 passageiros, porém apenas 66,88% deles foram pagantes, ou seja, uma queda ainda mais brusca.
Em fevereiro do mesmo ano, o sistema recebeu 11.727.296 passageiros.
Para piorar, a Emdec fez um “sistema emergencial”, onde cortou diversas linhas sem considerar critérios técnicos no mínimo satisfatórios, o que fez elevar o número de integrações em mais de 3 pontos percentuais.
Aumento das integrações
Em fevereiro de 2020, as integrações representaram 28,20% de todas as passagens, e esse número aumentou para 31,38% em abril.
As integrações significam viagens gratuitas ou parcialmente pagas, já que apenas na segunda integração é cobrado um valor simbólico de R$ 0,40, irrisório perto da passagem de R$ 4,95.
Quando a pandemia forçou o fechamento do comércio, de escolas e de várias empresas, praticamente paralisando a cidade, a Emdec realizou o corte sumário de praticamente todas as linhas “derivadas”, que são as que recebem a extensão .1, .2, etc.
Também foram desativadas as linhas tidas como “duplicadas”, ou seja, itinerários que faziam sentidos opostos, como várias alimentadoras do Terminal Ouro Verde.
Até hoje a demanda continua muito abaixo do que era. Em maio de 2021, o total de passageiros registrados nas catracas do sistema de transporte de Campinas chegou a 7.516.066, ou seja, 64,08% do que foi registrado em fevereiro de 2020, último mês “completo” antes da pandemia.
Superlotações
Considerando que o número de passageiros está em torno de 2/3 do considerado “normal”, a frota de ônibus circulante deve ser pelo menos na mesma proporção.
Até fevereiro de 2020 a frota considerada “ativa” era de cerca de 1.240 coletivos, considerando os ônibus das empresas concessionárias e os veículos dos perueiros.
Se o sistema está com 64,08% do “normal”, deveriam estar circulando, no mínimo, 793 coletivos.
Mas em um rápido levantamento feito pelo ODC, atualmente estão operando cerca de 700 ônibus, incluindo os perueiros.
Apesar das informações constantes de “reforços” na frota, a Emdec não divulga quantos coletivos foram colocados a mais nas ruas.
É fato de que houve uma “reorganização” dos passageiros diante do atual mapa de linhas de Campinas, mas ainda acontecem superlotações, considerando também que essa frota “total” em operação está concentrada apenas nas horas de pico da manhã e da tarde, e desconsiderando dois horários de “apagão” no sistema, que está em torno de 10h da manhã e 14h, que é geralmente hora de troca de motorista e de refeição.
Nesses horários, há linhas com até duas horas de espera.
Apesar de todos os problemas, a Emdec está fazendo adaptações graduais nos horários, com aumento de frota sempre que há detecção de aumento na demanda, mas é fato que o número de passageiros no sistema ainda está muito longe do que era antes da pandemia.
Da Redação ODC.
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