A retirada do dinheiro do transporte coletivo urbano de Campinas não aumentou proporcionalmente o número de pessoas que usam outras formas de pagamento da tarifa.
O último mês em que ainda houve registro de pagamento de tarifa em dinheiro foi fevereiro do ano de 2019, quando 4861 viagens foram registradas dessa forma, ou seja, 0,04% do total, mas dois meses antes, em dezembro de 2018, foram mais de 1,3 milhão de passagens cobradas em dinheiro, indicando 10,78% do total de mais de 12,2 milhões de passageiros registrados na época.
Considerando a média de 12 meses, entre janeiro e dezembro de 2018, 9,17% das viagens foram pagas em dinheiro, diretamente ao motorista. Nesse mesmo período, as viagens cobradas com o passe comum foi de 22,68%, e com o cartão vale-transporte foi de 29,46%.
Nesse mesmo período, a média de viagens pagas com o QR Code impresso foi de apenas 0,11%, e nessa época ainda não existia o QR Code digital, via aplicativo.
Para fazermos uma média justa, vamos considerar os 10 meses em que não houve registro de cobrança de passagem em dinheiro. Entre março e dezembro de 2019, o número de passagens pagas com cartão comum subiu para 27,63%.
Já as passagens pagas com vale-transporte representaram 30,24% do total. Enquanto isso, o pagamento com QR Code de papel representou 0,85% do total, e com QR Code digital via aplicativo, apenas 0,17%.
Vejam abaixo os números médios absolutos lado a lado:
TARIFA JAN/DEZ 18 MAR/DEZ 19 DIFERENÇA EM PONTOS PERCENTUAIS
DINHEIRO 9,17% 0 -9,17%
BU COMUM 22,68% 27,63% +6,26%
BU VALE TRANSP. 29,46% 30,24% +0,78%
QR CODE PAPEL 0,11% 0,85% +0,74%
QR CODE APP 0 0,17% +0,17%
*Média do período
Os dados mostram que a maioria dos passageiros optaram por fazer uma via do Bilhete Único Comum ou aderiram ao Vale-Transporte, já que a quantidade de QRCode vendidos ainda é bastante irrisória.
Com a pandemia, o desempenho do QRCode foi ainda pior. Comparando os números absolutos, o Vale Transporte explodiu e chegou a 40% do total (número registrado em abril/2020), enquanto o QR Code caiu. O fechamento de pontos de venda contribuíram com esses números.
Considerando todo o período pandêmico, entre abril de 2020 e maio de 2021, o BU comum teve média de 29,73% de uso, mais que a média de 2019, enquanto o uso do QR Code físico teve média de 0,61% e o eletrônico, de apenas 0,14%. Já o uso do vale-transporte teve média de 35,80%, bem acima da média de 2019.
Vejam pela tabela:
TARIFA MAR/DEZ 19 ABR-20/MAI-21 DIFERENÇA EM PONTOS PERCENTUAIS
BU COMUM 27,63% 29,73% +2,10%
BU VALE TRANSP. 30,24% 35,80% +5,56%
QR CODE PAPEL 0,85% 0,61% -0,24%
QR CODE APP 0,17% 0,14% -0,03%
*Média do período
Isso indica que mesmo com a facilidade do uso do aplicativo para a compra de créditos para o QR Code eletrônico, os passageiros seguem usando as formas tradicionais, inclusive de recarga com pagamento em dinheiro nos pontos de venda.
Da Redação ODC.
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