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Dois pesos, duas medidas? Porque BRT Ouro Verde é pior que do Campo Grande

Não é exatamente uma surpresa, mas a operação do BRT Ouro Verde consegue ser pior que a do BRT Campo Grande, por culpa de uma série de ‘atores’: Emdec, prefeitura e as empresas.

Já falamos aqui que a insistência em manter as linhas BRT10 e BRT11 entrando duas vezes no famigerado Terminal Central, não criar pontos de parada na Moraes Salles e a criação de um retorno ridículo no Terminal Mercado mostra o quanto os “técnicos” da Emdec podem ser cabeça-dura.

Mas, existe uma questão que vai além disso: a ingerência. Porquê, então, no Satélite Íris, duas linhas alimentadoras tem intervalos de oito minutos, enquanto no Terminal Campos Elíseos há uma linha com intervalo de 1h15? As demais linhas tem intervalos médios de 10 minutos, enquanto, do lado do Ouro Verde, a espera mínima é de 30 minutos.

“Ah, mas a operação é recente, no Satélite Íris também foi assim”. Então, não. As linhas do Satélite Íris, quando começaram, tinham intervalos de 15 a 20 minutos, que foram reduzindo gradativamente com a adesão. Adesão que foi possível devido à redução das linhas radiais, mas também à própria melhora de oferta nos bairros.

Mudanças que, às vezes, foram feitas de um dia para outro, obrigando a Expresso Campibus a “tirar carros da cartola” para fazer a operação. Até mesmo a Itajaí teve que “dar pulos” para conseguir aumentar a operação da BRT20.

Porquê a mesma eficiência não é cobrada no Ouro Verde? Se já é sabido que as mudanças precisam ser feitas rapidamente para atrair o público, porque ainda deixar a linha BRT12 com tempo de ciclo impossível de ser cumprido pelos motoristas? Aí atrasam os horários e os 10 minutos de intervalo se transformam em 20, 30…

Existem alguns problemas na operação do BRT do Campo Grande, claro. Muitos se resumem à falta do corredor na região do Ipaussurama, por culpa da inércia da prefeitura e do sempre-lerdo Carlos José Barreiro. A própria volta no Terminal Central poderia ser evitada se houvesse uma parada na Moraes Salles, o que economizaria alguns bons minutos. A falta de um corredor inteligente de semáforos que priorizassem os ônibus do BRT (que era uma promessa do primeiro edital, inclusive, retalhado como um pedaço velho de pano pelo atual secretário de Infraestrutura) também prejudica e muito a operação.

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