Durante os meses mais quentes do ano, o risco dos rins apresentarem cálculos renais – também conhecida como pedras nos rins – aumenta consideravelmente. Isso ocorre, segundo a médica nefrologista da Clínica de Doenças Renais de Brasília (CDRB), Maria Letícia Cascelli, porque as pessoas transpiram mais e nem sempre repõem a quantidade ideal da água perdida no corpo. “O paciente que elimina pelo menos 2,5 litros de urina por dia, por exemplo, diminui em até 40% os riscos de desenvolver cálculos renais. Já nos meses mais quentes, a quantidade expelida diminui naturalmente e, por isso, é preciso aumentar a ingestão de líquidos”, explica a especialista. De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 12% dos homens e 6% das mulheres terão cálculo renal em algum momento da vida. Hoje, segundo a pasta, o problema atinge cerca de 150 mil brasileiros (ou 15%) todos os anos no país.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 12% da população mundial sofre de cálculos urinários e 24% apresentam maior pré-disposição para formar pedras nos rins. A maioria dos casos possui uma melhora natural do problema, com a expulsão natural da pedra, mas cerca de 20% dos casos precisam de uma intervenção cirúrgica e tratamento.
SINTOMAS — De acordo com a médica Maria Letícia, os sintomas mais comuns das pedras nos rins é a cólica renal, que, na maioria das vezes, começa repentinamente e provoca dores muito intensas, náuseas, vômitos e sangramento pela urina causado pelo atrito das pedras com as paredes dos órgãos que compõem o aparelho urinário.
“Os cálculos também podem provocar infecção urinária grave com disseminação pelo organismo e, em situações extremas, a paralisação do funcionamento renal, que acontece quando eles obstruem ambas as vias de saída de cada rim. Isso aumenta o risco de doença renal crônica no futuro e pode levar o paciente à necessidade de terapia dialítica”, enfatiza Cascelli.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO — Eventuais alterações anatômicas, neurológicas e a influência genético-familiar podem favorecer o surgimento de cálculos. Uma vez diagnosticadas, as causas passam a ser alvo de uma intervenção precoce, com ações personalizadas sob a orientação de um especialista da nefrologia.
Às vezes, os sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças como apendicite, colecistite e problemas nos ovários. Por isso, o diagnóstico preciso é fundamental. “Exames de imagem, idealmente tomografia computadorizada helicoidal sem contraste ou ultrassonografia de abdome, além de investigação metabólica por meio de exames de sangue e urina são essenciais”, informa a médica. Caso seja diagnosticada a presença de cálculos, o ideal é adotar uma dieta específica para combater suas causas, que são possíveis de identificar em até 95% dos casos.