Na esteira da ressaca da decisão de adiamento da licitação do transporte público em Campinas, foi possível racionalizar um pouco a respeito do desastre que está sendo a administração Dário.
O ODC foi um dos poucos veículos de comunicação que defendeu a manutenção da equipe da Emdec que está responsável pela elaboração do processo licitatório, em uma situação onde toda o resto da imprensa campineira já dava como certa a troca de cadeiras.
De início foi uma decisão sensata, pois nada melhor do que manter quem já está a par de tudo. Colocar gente nova iria atrasar ainda mais o processo, e modificar algo que já estava encaminhado.
Mas parece que o desespero tomou conta da Emdec. Ao ver que o processo poderia dar novamente deserto em virtude de causas completamente estapafúrdias, já rechaçadas neste mesmo espaço, o presidente resolveu colocar em prática sua veia megalomaníaca.
Hoje, a Emdec é um celeiro de ideias mirabolantes –ou de girico, se preferir. Primeiro, abriu-se as portas para a destruição do BRT com ouvidos à ONG WRI, que diz “melhorar a vida das pessoas” em seu site.
Do dia pra noite, a Emdec se tornou cega a tudo que a WRI propõe, mesmo sem conhecer a realidade da cidade. Uma das ideias mais sem pé e nem cabeça é a não colocação de tachões para segregar a faixa do BRT.
O BRT de Campinas é um verdadeiro fracasso, e a culpa é unicamente da Emdec. Em qualquer BRT brasileiro há tachões para dividir a via, mas em Campinas se teve a “brilhante” ideia de seguir o que a WRI mandou: não colocar tachões pois motociclistas podem cair.
Essa orientação não tem o menor cabimento. Será que apenas Campinas está correta e todas as outras cidades do país estão erradas? Ou será preguiça da “equipe técnica” de tomar decisões importantes?
Não é de hoje que o ODC critica a péssima equipe técnica da Emdec por decisões equivocadas que só atrapalham a vida da população. Até porque os mesmos não andam de ônibus, mas sim de carros de luxo.
Sempre é possível ver membros dessa equipe transitando com seus veículos de alto custo pelas imediações da Emdec, lado a lado de ônibus velhos, imundos e caindo aos pedaços.
Depois dessa decisão desastrosa, que praticamente matou o BRT, já que qualquer um invade a faixa exclusiva sem ser incomodado, aí vem a FIPE ser contratada para dar pitaco na licitação.
Será que a Emdec não tem funcionários qualificados para fazer um processo licitatório? É praticamente um VAR de futebol, onde o árbitro joga a responsabilidade no juiz de vídeo nas decisões mais polêmicas.
Para fechar a cesta megalomaníaca da Emdec, torra-se 180 mil reais para contratar a B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, para unicamente tirar o processo da cidade e dar “glamour” ao fracassado prefeito.
Seria muito engraçado o prefeito Dário chegando na B3, no ano que vem, no dia da abertura dos envelopes, e não ter nenhuma proposta apresentada. A cara de tacho correria o Brasil.
Não é possível que a Emdec e sua “equipe técnica” tem tanta certeza de que alguma empresa apresente proposta, independente de onde venha, para dar ao Dário o “prazer” de bater um martelinho em São Paulo.
Essa foi uma das decisões mais esdrúxulas já tomadas por essa administração da Emdec, pois afasta o povo do processo, uma vez que a abertura dos envelopes acontecerá em São Paulo.
No ano passado, a abertura aconteceu em Campinas e foi um completo vexame, pois a sala estava lotada, inclusive o ODC estava lá para presenciar esse papelão.
Infelizmente a Emdec está tomada por pessoas que não têm a mínima noção do que estão fazendo lá, tomando decisões que atrapalham diariamente a vida das pessoas, e o atraso da licitação é uma delas.
Mas não precisam se preocupar: no dia da abertura dos envelopes, o ODC estará lá na B3 para presenciar, in loco, mais um vexame do fracassado governo Dário, que como é sabido, governa apenas para os mais ricos. Os pobres? Que continuem andando em um BRT falido.





