A Emdec resolveu apagar parte de sua história durante as celebrações de seus 30 anos de serviços prestados. Considerando que em 2023 a empresa teria feito 30 anos, apagou-se sumariamente que sua reativação aconteceu em 1989.

O problema de tudo isso é unicamente político. A Emdec, que nasceu como Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas no final dos anos 70 do século passado, era responsável por obras que até então ficavam a cargo da SETEC.

Com a chegada da Emdec, passou-se para uma nova empresa a responsabilidade de vários setores que eram da Setec, a Serviços Técnicos Gerais, que passava a assumir a responsabilidade pelo sistema funerário municipal, então recém criado.

Em 1982 a Emdec foi desativada e criou-se a Secretaria Municipal de Transportes, a chamada Setransp, existente até hoje. Até essa época, o transporte em Campinas ficava sob responsabilidade da Secretaria de Obras e da própria SETEC.

No início do governo do então prefeito Jacó Bittar, em 1989, iniciou-se o processo de municipalização do transporte, com a reativação da Emdec como operadora. As linhas que até então ficavam a cargo da extinga TUGRAN – Transporte Urbano Campina Grande e que abrangiam as regiões do Jardim Florence e do atual Distrito do Campo Grande, passavam para as mãos da prefeitura.

A transferência das linhas aconteceu depois que a prefeitura decretou intervenção na TUGRAN por conta de seus péssimos serviços prestados. Assim, no início de 1990 a Emdec assumiu a garagem da empresa sob intervenção e iniciou uma enorme renovação de frota.

Considerando isso, a Emdec teria 33 anos, e não 30. Contaram apenas os anos da empresa como gerenciadora do sistema, o que se iniciou no final de 1993 durante o governo do PSDbista José Roberto Magalhães Teixeira, falecido em 1996.

Ficou estranho a Emdec apagar sua própria história, provavelmente por conta de política, já que Jacó Bittar era do PT quando venceu o pleito de 1988 e depois terminou sua carreira política no PSB. Jacó faleceu em maio de 2022.

José Gaveta – Da Redação ODC.
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