Emdec emite comunicado decisivo sobre Estação BRT Ipaussurama

Após anos de atrasos e promessas não cumpridas, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) finalmente anunciou a inauguração da Estação BRT Parque das Bandeiras / Ipaussurama, prevista para entrar em operação nesta sexta-feira, 7 de fevereiro.

A estação, localizada na avenida John Boyd Dunlop, na altura do Shopping Parque das Bandeiras, era a última a faltar para completar o Corredor BRT Campo Grande, que agora, finalmente, poderá ser considerado 100% operacional. No entanto, a longa espera levanta questionamentos sobre a gestão do projeto e o impacto de tantas mudanças nos usuários.

A operação da estação será gerida pela Emdec, que também anunciou que não haverá alterações nas linhas já existentes: as paradoras BRT20 e BRT25, e as semiexpressas BRT21 e BRT26. Em termos práticos, o que se espera é uma melhoria mínima na oferta de transporte público, mas sem grandes mudanças para o usuário, que já se acostumou a conviver com a instabilidade e o atraso do sistema.

O que chama atenção é o fato de a estação ter demorado tantos anos para ser concluída, enquanto outras partes do projeto, como o BRT Ouro Verde, continuam a ser adiado.

A conclusão do corredor Campo Grande não resolve todos os problemas de mobilidade da cidade, mas é uma tentativa de minimizar o fracasso de um projeto que já deveria estar funcionando há muito tempo.

Problemas de segurança e acessibilidade

Apesar de prometer mais opções de transporte, a inauguração da Estação Ipaussurama não vem sem desafios. Para garantir a segurança dos pedestres, a Emdec instalou gradis metálicos no entorno da estação e uma passarela sobre a avenida John Boyd Dunlop, obrigando os usuários a atravessarem a via de forma controlada.

A medida, que deveria ser uma solução prática, reflete a falta de planejamento adequado, já que a circulação de motocicletas na passarela permanece um problema. A Emdec, que distribuiu folhetos informativos no final de 2024, tenta mitigar os riscos, mas é preciso questionar por que essas medidas de segurança não foram planejadas de forma mais eficiente desde o início do projeto.

Além disso, a previsão de operação das catracas eletrônicas por meio de Bilhete Único ou QR Code, embora moderna, também expõe a dificuldade do acesso para quem depende de um transporte público mais acessível. A promessa de inclusão, com catracas especiais para pessoas com mobilidade reduzida e idosos, é um avanço, mas não suficiente diante de tantos outros problemas estruturais que o sistema ainda enfrenta.


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