A evasão nas estações do BRT bateu recorde histórico. Em uma pesquisa exclusiva realizada por duas equipes do ODC constatou que o índice já ultrapassa os 60% em praticamente todas as estações.
A cada dez pessoas que estavam visitando as estações, seis entraram sem pagar, incluindo famílias inteiras. Grupos de jovens também entram quase sempre todos sem pagar. Houve casos inclusive de violação da catraca comum, forçando o sistema a deixar o espaço livre para a evasão.
Para piorar, não há interesse das forças de segurança em coibir essa prática. Em quase todas as vezes o carro da guarda patrimonial contratada pela Emdec passou entre 1 ou 2 vezes, no máximo.
Já a Guarda Municipal passou em média de 2 a 3 vezes durante os períodos, mas pouco se importou com quem estava dentro ou fora das estações do BRT. A Polícia Militar chegou a passar 1 vez em alguns pontos e nenhuma em outros.
Isso coloca por terra qualquer justificativa da Emdec de que tudo está sendo observado. Em nota oficial que está no final da matéria, a responsável pelas estações diz que várias medidas estão sendo e ainda serão tomadas para coibir isso.
A forma de violação dos sistemas de bilhetagem são as mais diversas. Foram flagrados casos de pessoas forçando as catracas para poder conseguir entrar sem pagar, outros pulando e alguns piores disfarçando que estão pagando, mas na verdade violam todos os sensores.
As pessoas que fazem isso são das mais diversas idades, passando desde jovens até idosos. Há ainda funcionários das próprias empresas passando famílias inteiras sem pagar, sendo que a cortesia é válida apenas para o trabalhador.
A bagunça é generalizada mas parece que a prefeitura não está nem aí. Essa prática vem piorando no decorrer do tempo já que há seis meses, quando o ODC fez a última pesquisa. Na época a violação dos sistemas não ultrapassava os 15%, de forma geral.
O problema é que esses prejuízos são embutidos nas contas operacionais do sistema. Como o BRT está operando praticamente para transportar meio ônibus cheio de caloteiros, esse prejuízo se espalha para todas as outras linhas.
Quando começou o sistema BRT em Campinas, foram retirados veículos de linhas mais rentáveis para suprir o novo modal. Isso aconteceu com todas as empresas da cidade, algo que acentuou o prejuízo e não foi incluído no subsídio.
Dessa forma, as empresas se viram obrigadas a absorver esse prejuízo, mesmo com a Emdec não fazendo nada para coibir a prática da evasão. O mesmo acontece em terminais de integração, onde centenas de pessoas entram diariamente sem pagar passagem, e a guarda patrimonial e a Municipal não estão nem aí.
Pessoas uniformizadas que saem do trabalho também violam as estações do BRT e em grande número. Pessoas em situação de rua também não pagam passagem em nenhuma estação, e uns até dormem dentro delas.
A Emdec informou em nota que está fazendo um trabalho para tentar coibir essa prática em todas as estações e terminais do BRT. Confira abaixo:
“A Emdec conta com uma central de videomonitoramento de segurança, que identifica ocorrências de vandalismo ou evasão da tarifa. O sistema de monitoramento e segurança eletrônica (CFTV) funciona 24 horas. Atualmente, estão 100% monitoradas as 14 estações BRT e três terminais do Corredor BRT Campo Grande; e as quatro estações do Corredor Perimetral.
No Corredor Ouro Verde, outras seis estações já são monitoradas: João Jorge, Mário Gatti, São Bernardo, Parque Industrial, Anhanguera e Vila Rica. A expansão é gradativa. Os pontos contam com sinalização informativa sobre a presença das câmeras, conforme prevê a legislação.
As equipes de segurança patrimonial observam as imagens e acionam os profissionais em campo, que realizam rondas no entorno das estações e terminais.
Entre as ações realizadas pela Emdec para coibir os casos de evasão de tarifa, está sendo testado um sistema mais efetivo para bloqueio das catracas, na Estação BRT Aurélia, que será replicado gradativamente nas demais estruturas. O sistema conta com dispositivo de abertura remota, nas catracas dedicadas ao acesso de pessoas com mobilidade reduzida. Quando o usuário aciona o alarme e se identifica como apto a utilizar a catraca PNE, a central de monitoramento da Emdec libera o acesso remotamente.
Também há uma câmera dedicada para a visualização das catracas e comando de voz, que possibilita a comunicação remota com os usuários que praticam evasão nos demais equipamentos. Por comando de voz, as equipes da Emdec orientam sobre a necessidade de realizar o acesso permitido, pagando a tarifa com Bilhete Único ou QR Code. O sistema também já foi instalado na nova Estação BRT Ipaussurama e será ativado futuramente.”
Da Redação ODC.
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