A circulação de qualquer veículo pelas faixas do BRT em Campinas não é nenhuma novidade. Mesmo em trechos com duas faixas para carros, há sempre os que se acham espertões e que têm mais pressa que os demais.
A Emdec informou na semana passada que entre janeiro e agosto deste ano foram feitas 4100 autuações de veículos irregulares circulando pelas faixas exclusivas, sendo que 65% foram por meio de videomonitoramento.
O número é ridículo. Dá uma média de pouco mais de 17 autuações por dia. Considerando os dois corredores exclusivos, que são longos, no mínimo seria pelo menos 100 vezes mais do que isso.
Como a Emdec não tem efetivo suficiente para fazer esse monitoramento in loco, poderia ao menos aproveitar melhor os recursos remotos, como essas câmeras de videomonitoramento.
Caso fossem mais incisivas, o número de autuações diárias explodiria, pois o que mais se vê diariamente pelos corredores do BRT é gente que se acha melhor do que as outras invadindo para chegar mais rápido.
Mas convém-se que a culpa é da própria prefeitura, que não coloca tachões ou outras divisórias para deixar apenas os coletivos circularem. A desculpa é bem esfarrapada.
A Emdec alega que “organismos internacionais de trânsito” não recomendam o uso de qualquer tipo de divisória, pois “motociclistas podem vir a cair”. Se a faixa é exclusiva, o que um motociclista vai fazer ali?
Além do que, qualquer um sabe, até um cachorro de rua, que a ultrapassagem deve ser sempre feita pela esqueda, e não pela esquerda da esquerda. Se um apressadinho quer passar, ele vai ultrapassar entre dois carros, e não pela esquerda do carro que já está na esquerda.
É mais fácil a via ficar insegura sem os tachões do que com eles, haja visto a quantidade de acidentes que ocorreram por conta de conversões proibidas, inclusive com óbitos.
Em qualquer grande cidade há a colocação de tachões. Será que todas estão erradas e apenas Campinas está certa? A demolição do antigo corredor, que era totalmente segregado, foi um erro, e agora não há mais como voltar atrás.
A Emdec precisa rever seus conceitos, descer do salto, e colocar os tachões ou qualquer outra forma de segregação dos corredores, pelo menos nos principais trechos. A conscientização de motoqueiros, deve vir de cada um. A população não pode ser prejudicada por causa de inconsequentes.
Da Redação ODC.
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