Falta de peças e mão-de-obra, idade avançada e viário ruim: por quê os ônibus de Campinas quebram tanto

A pandemia do novo coronavirus agravou consideravelmente o comércio de peças de veículos, tanto leves quanto pesados. Os preços também estão consideravelmente mais caros.

Tudo isso, aliado à falta de mão-de-obra no setor de mecânica, funilaria e manutenção em geral, o transporte público é prejudicado com constantes quebras dos veículos.

A idade média da frota também é levada em consideração, porém as quebras diárias dos ônibus da frota campineira deve-se em sua maioria pela falta de peças no mercado.

Peças menores podem ser encontradas no mercado em geral, porém as maiores e mais específicas são solicitadas por encomenda, e pode levar até meses para chegar.

No caso da Volvo, cujos chassis equipam alguns veículos articulados que circulam pela cidade, há peças que precisam vir da Suécia, sede da montadora, para a reposição.

Outros modelos, como a Volkswagen, não aceitam qualquer tipo de peça “paralela”, ou seja, a similar do original que geralmente são mais baratas e quase sempre estão disponíveis à pronta entrega.

Motores fundidos podem levar meses para serem substituídos por conta da falta no mercado. Nesse caso, o ônibus não tem nem como ir para a rua, precisa aguardar a chegada do novo motor e sua instalação.

Já outros problemas acabam passando por soluções paliativas e temporárias, até a chegada de novas peças. Nem os ônibus novos que chegaram neste ano fogem disso, pois por conta do péssimo viário da cidade e uso constante, precisam de substituição periódica de peças.

Além de tudo isso, falta mão-de-obra na cidade. As empresas de ônibus estão trabalhando com um número inferior de mecânicos e funileiros do que o necessário.

Não há profissionais disponíveis no mercado ou com a qualificação exigida para o cargo. Muitos saíram das empresas durante a pandemia e agora não há como substituir. Isso agrava a situação como um todo.

A chegada de novos ônibus depois da licitação do transporte não irá resolver o problema em seu todo justamente pelos motivos acima listados. Sem peça e sem profissional no mercado, a situação se complica.

Da Redação ODC.
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