Festas de fim de ano: como ficar sóbrio em meio ao consumo crescente de bebidas alcoólicas

Álcool e drogas costumam ser os personagens principais de todas as festividades, mais notadamente no final de ano, onde as comemorações ganham mais intensidade e força, por envolver uma série de datas marcantes, principalmente no âmbito comercial.

Natal e Ano Novo são os maiores acontecimentos do ano, mas o final e o início de ano é um aglomerado de eventos.

Cada vez mais o consumo dessas substâncias se mostra como uma forma de status ou importância, aparecer nas imagens portando alguma bebida alcóolica, seja na forma de uma garrafa ou um copo.

Festas de formaturas de todos os níveis escolares e acadêmicos, costumam acontecer no final do ano, normalmente com eventos de porte, com muita festança e comemoração.

Algumas formaturas envolvem acontecimentos diversos, com 4 ou 5 tipos diferentes de festas, todas abastecidas com generosas doses de álcool e drogas.

Mesmo as formaturas mais simples, das fases escolares iniciais e ensino médio, sempre trazem compromissos na forma de festas, envolvendo motivos vários para encher a cara, do tipo de produto que você quiser.

Festas em empresas, de encerramento do ano, com farto consumo de álcool e drogas, num clima de euforia e libertação, apetecendo ao consumo desenfreado de álcool e drogas.

O Natal é o tipo de festa que envolve vários dias de preparação, normalmente criando motivos para comemorações esticadas ao extremo.

Como se não bastasse, toda a fartura e excesso, o acontecimento do Natal emenda uma semana direta de festas e bebedeiras, pois o final de semana seguinte, abriga o Réveillon, com a festa de passagem do ano.

Toda esta maratona acontece na fase inicial do verão no Brasil, que é um período quente, que coincide com férias escolares e férias no trabalho, da maior parte da população economicamente ativa.

Uma das principais técnicas para lutar contra álcool e drogas é se afastar de tudo que contenha álcool e drogas.

Existem trabalhos psicológicos que afirmam que ao entrar num processo de libertação do álcool, por exemplo, o mais recomendável é se livrar de todas as bebidas que se tem em casa ou nos nossos espaços de convivência.

Esta perspectiva, em época de final de ano, fica bem mais complicada, porque ao manter a vida social ativa, seu desafio será maior, pois todos os lugares estarão mergulhados num clima propício ao álcool e às drogas.

Álcool e drogas estão profundamente associados, pois agem numa mesma zona cerebral e provocam os mesmos estímulos, que influenciam e disparam os mesmos impulsos.

“Pessoas com problema associado à dependência de drogas, ao ingerir álcool, o dispositivo mental disparará imediatamente o gatilho de consumo da sua droga preferida. É fissuração associada”, afirma Dr. Alberto Edwards Jr., psicólogo.

Álcool e drogas consistem num dos maiores problemas sociais da humanidade, em alguns lugares de forma mais marcante que outros, mas a verdade, é que os caminhos para alterar o estado de consciência diante da realidade, são sedutores demais diante de uma sociedade com tantos problemas de conexão, exatamente, com a realidade.

O álcool é uma droga legalmente permitida, na maior parte dos países do mundo. Isto não significa que ela cause menos danos que as drogas ditas ilegais.

No Brasil, por exemplo, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz sobre o tema, traz dados muito reveladores sobre o consumo de álcool.

  • 14% dos homens informaram que costumam dirigir frequentemente sob efeito do álcool;
  • 50% da população brasileira entre 12 e 65 anos de idade, declaram ser consumidores habituais de álcool;
  • 46 milhões de pessoas declararam ter consumido álcool nos últimos 30 dias;
  • 2,3 milhões de pessoas apresentam o perfil completo para se denominar como alcóolatra;
  • 4,4 milhões de pessoas (2,9 milhões de homens e 1,5 milhão de mulheres), revelaram ter se envolvido em ações agressivas em função do álcool nos últimos 12 meses;
  • 2% informaram ter quebrado ou destruído algo em função do efeito do álcool;

OMS é mais taxativa e direta na análise global do consumo de álcool, informando que 5% de todas as mortes registradas no mundo estão associadas ao álcool.

Em meio a todas as mortes que ocorrem no mundo, a partir de todos os milhares de motivos que levam alguém à morte, 1 em cada 20, é em decorrência do uso do álcool.

As outras drogas:

No campo das drogas ilícitas, os números também não são animadores, e o impacto começa no campo econômico, pois a própria ilegalidade incrementa os lucros do segmento.

Ainda que seja algo difícil de mensurar, especialistas se atrevem a afirmar que os valores circulantes no mercado ilegal das drogas, são bem superiores aos números registrados pelo comércio de álcool.

A maconha é a campeã de consumo em meio às drogas ilícitas, e 8% da população entre 12 e 65 anos afirma ter usado maconha nos últimos 12 meses.

A cocaína vem em segundo lugar, com um consumo relatado por 4% da população entrevistada.

O crack é a que mais cresce, com quase 2 milhões de pessoas, o que dá em torno de 1% da população.

Para quem está achando que os números não são tão assustadores assim, a própria Fundação Oswaldo Cruz alerta que o estudo foi realizado com pessoas domiciliadas, com entrevistas feitas na residência das pessoas.

Álcool e drogas escravizam, fazem reféns, mantêm pessoas presas a uma corrente invisível de dependência, onde qualquer sopro de tentação faz com que o indivíduo caia de joelhos e se prostre diante de sua impotência.

O prof. Rogério Moreira de Souza, acupunturista e terapeuta complementar aconselha as pessoas que sofrem com esse problema de dependência química evitar esses ambientes recheados de tentação:

“Embora seja bem difícil evitar essas festas em épocas de final de ano, evitar esses ambientes é fundamental para quem busca uma recuperação. Álcool e drogas estão profundamente associados, pois agem numa mesma zona cerebral e provocam os mesmos estímulos, que influenciam e disparam os mesmos impulsos.”

O desafio, portanto, continua sendo se livrar das primeiras iniciativas, seja ela um primeiro gole ou uma primeira utilização de drogas.


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