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Funcionários de empresas e estudantes são os que mais burlam sistema de catracas do BRT em Campinas

Que o BRT de Campinas está cheio de problemas não é nenhuma novidade, mas um outro fato ainda não foi comentado e está levando enormes prejuízos ao sistema: os caloteiros.

O calote no BRT de Campinas aumenta cada vez mais. O problema é que não há grupo específico que viola o controle de acesso: são homens, mulheres, jovens, idosos, estudantes e o pior: muitos são trabalhadores.

Nos turnos de saída de empresas, muitos dos funcionários entram nas estações sem pagar passagem, como se fosse normal evadir a tarifa e voltar para casa usando o transporte público.

No caso dos trabalhadores das empresas, a situação é grave pois deduz-se que há o pagamento de vale-transporte a essas pessoas, que acabam usando o passe para outras finalidades, ou até vendendo, configurando crime.

Algumas das empresas que têm funcionários que invadem as estações do BRT sem pagar tarifa são supermercadistas, atacadistas localizados ao redor das estações, um call center na Avenida das Amoreiras, shoppings, fábricas, e até trabalhadores de uma famosa empresa de venda de produtos na internet que tem um centro de distribuição na cidade. Todos burlam o sistema usando uniformes, sem qualquer cerimônia.

Muitas dessas empresas dispõem de transporte fretado até às estações e terminais do BRT, mas chegando nesses pontos os funcionários simplesmente pulam as catracas e não pagam passagem.

O levantamento do envolvimento de trabalhadores dessas empresas foi feito por meio do sistema de câmeras de vigilância das estações e junto aos motoristas que diariamente precisam conviver com esse tipo de coisa, já que todos passam uniformizados.

Entre os estudantes que violam as catracas estão pessoas que passam por escolas estaduais, municipais, profissionalizantes próximas ao Mário Gatti, profissionalizantes particulares e até de associações profissionalizantes que ficam ali perto da Amoreiras. Todos também com uniformes.

De acordo com interlocutores, a Emdec afirma que não é responsabilidade dela fiscalizar catracas, porém esses modelos foram instalados pela Secretaria de Infraestrutura, responsável pelas obras. O sistema é falho e precisa ser modificado.

Dessa forma, a Emdec empurra a responsabilidade de volta para a prefeitura e para as empresas operadoras do BRT, que tentam de toda forma controlar esses acessos nessas catracas sem pé e nem cabeça.

As catracas foram fornecidas pela empresa Garen, que também é responsável pelo sistema de sensores das portas das estações. Em seu site há os mesmos modelos à venda para empresas.

A contratação da empresa ficou a cargo da Secretaria de Infraestrutura, assim como a escolha dos modelos de catracas. Quando há queda de energia, as catracas ficam livres e todos passam sem pagar.

Sem um plano emergencial, as estações estão literalmente ao “Deus dará”. A Emdec, na época do início das obras, provavelmente acreditou na pia honestidade do usuário do transporte, e agora se exime de responsabilidade.

Se nada for feito a curto prazo, o sistema segue um rápido caminho para o fracasso, com usuários que não pagam tarifa, depredam as estações e prejuízos cumulativos.

Da Redação ODC.
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