Gilberto Beaumont: O show de horrores que foi a Conferência de Transporte em Campinas

A cidade de Campinas mais uma vez passou vergonha com a tal Conferência de Trânsito e Transporte, que ocorre periodicamente. O objetivo da conferência é justamente discutir pautas relacionadas à mobilidade urbana, mas acabou virando uma farofada política.

A décima edição da conferência aconteceu neste último sábado, paralelamente à eleição de novos membros para a formação da Comissão Municipal de Trânsito e Transportes, agora com novo nome: Comissão Municipal de Mobilidade Urbana.

O nome mudou graças ao forte lobby de ciclistas, que conseguiram colocar um membro representando a categoria na Comissão. Agora, só falta eles cumprirem as regras de trânsito e não andar mais nos corredores BRT e usarem as ciclovias que tanto queriam,

Mas voltando à tal conferência, primeiramente que não houve redação de ata, ou seja o erro grande já está aí: quando se faz uma reunião, sempre há a redação de uma ata, porém nesse caso não houve, ou seja, o que foi falado ou decidido, ficou no vento.

Quase a totalidade das pessoas presentes na tal da conferência era de funcionários da Emdec, quase todos devidamente paramentados com seus crachás e uniformes. E quem estava sem crachá ou uniforme também era da Emdec, só que sem identificação.

Apesar da forte divulgação da conferência em todos os terminais e em várias partes da cidade, a representação da população foi muito pequena, até por motivos óbvios: aos sábados, muita gente ainda trabalha, ou está de folga. A pessoa não vai deixar de descansar para participar de uma marmelada de quase nove horas.

A marmelada ficou mais evidente quando chegou um ônibus enviado por um vereador, cheio de correligionários, chegou ao local da conferência. As pessoas sequer sabiam o que estavam fazendo ali, e até crianças foram colocadas no meio.

Infelizmente as decisões referentes ao trânsito e ao transporte de Campinas continuarão restritas a vereadores com forte influência, lobbystas com interesses pessoais e funcionários da Emdec de 1000 anos atrás que nem saem para as ruas. O povo, como sempre, fica de lado.

De Gilberto Beaumont para o ODC.
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