Há 1 semana, menino que sofria maus-tratos era resgatado pela PM

No sábado passado (30), por volta das 16h, Campinas conhecia uma das mais tristes histórias envolvendo crianças nos últimos anos.

A notícia de que um menino de 11 anos era mantida em cárcere privado rodou rapidamente os grupos de imprensa.

Mas nem os profissionais imaginavam o que encontrariam no Jardim Itatiaia.

Ao menos cinco viaturas da Polícia Militar foram até a Rua Recôncavo para entender o que estava acontecendo.

Uma denúncia de vizinhos apontava para uma casa onde vivia uma criança em situação de abandono e maus-tratos.

Os policiais chegaram até um pequeno cubículo de tijolos, onde dentro havia o menino, magro, amarrado a um barril de metal, fechado por uma telha que retém muito calor e uma pia de mármore, para impedir que saísse.

Começou aí uma história que tem desdobramentos até hoje.

Assim que foi retirado do barril, o garoto pediu um copo d’água aos policiais, e um pouco de comida.

Levado pelo Samu ao Hospital Ouro Verde, o garoto ficou internado para ganhar peso e se recuperar de uma desnutrição grave.

O menino apresenta “boa recuperação” dada à circunstância, e agora está em um abrigo aguardando a definição do futuro.

A investigação

A Polícia Civil já ouviu vizinhos para tentar descobrir há quanto tempo o menino vivia sob maus-tratos.

Dentro do barril, ele ficou pelo menos um mês.

Para funcionários do Ouro Verde, inclusive, ele chegou a dizer que viu o Revéillon pelo buraco na parede.

O Ministério Público e a Prefeitura fazem investigações paralelas para apontar as falhas do Conselho Tutelar e outros órgãos que deveriam cuidar da família

As fake news

O pai do menino foi espancado na cadeia?

Mentira. O vídeo que circula na internet mostrando um preso sendo espancado não tem nada a ver com o caso, nem é brasileiro.

O pai do menino matou a mãe biológica

Mentira também. Ainda que não se saiba o paradeiro da mãe do menino, ela não foi morta pelo pai. Ela era usuária de drogas e sumiu após entregar o bebê.

As dúvidas que ficaram

Qual o nome do menino?

O garoto tem nome e sobrenome, mas não podemos divulgá-lo. O Estatuto da Criança e do Adolescente nos impede disso, e qualquer pessoa que o fizer pode ser processada. Por isso, não perguntem mais o nome da criança, nem coloquem nos comentários.

Ele recebeu tratamento adequado no hospital?

Sim. Todos os processos realizados nos dois hospitais foram corretos e garantiram a boa recuperação dele.

Posso ver ele no abrigo?

Não. Isso é vedado e apenas pais que fazem parte do processo de adoção podem ter esse acesso – depois de muito tempo, inclusive.

Onde está a mãe biológica do menino?

Nenhuma informação a respeito. O nome dela não aparece em nenhum boletim de ocorrência, nenhum processo judicial, nenhuma rede social, nem nada.

O garoto vai ficar com a tia?

Isso quem vai definir é o juiz da Vara da Infância e Juventude. A tia já até demonstrou interesse, mas o caso vai passar por avaliação para determinar o que deve acontecer com ele.

O Conselho Tutelar vai ser punido?

Isso cabe ao Ministério Público, que faz uma investigação paralela para apurar a omissão no caso.


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