A história do transporte coletivo na cidade de Campinas remete a um passado não muito distante sobre a região do Campo Grande. Com a chegada do BRT à região, muita coisa vai mudar mas para entender o que está acontecendo, é importante conhecer o passado.
Com a inauguração do Terminal de Integração Campo Grande no final da década, todas as linhas foram seccionadas, ou seja, cortadas no terminal. Uma nova linha foi criada para ligar o Terminal Campo Grande e o Terminal Central. Quem vinha dos bairros tinha que descer no terminal e usar a linha 5.74.
Curiosamente, o único bairro que continuou com uma linha direta para o Centro foi o Itajaí, com a 5.57. Mais tarde, com o crescimento da região, foi criada a linha 5.75, com o nome de Parque Itajaí II.
Mas por quê só o Itajaí ficou com uma linha direta de ônibus para o Centro? A questão é unicamente financeira. Com o alto movimento de passageiros, a empresa operadora da época, no caso a URCA, continuou operando apenas essa linha na região, enquanto as demais eram feitas pelas empresas TUGRAN e EMDEC, num processo de municipalização do sistema.
Com a cassação da permissão da TUGRAN, a EMDEC assumiu toda a operação, EXCETO a da linha do Parque Itajaí, que foi repassada para a Viação Santa Catarina em 1995. Para uma empresa operar apenas uma linha em uma região, fica evidente o interesse financeiro nela.
Na entrada da VISCA, outras linhas foram criadas. A antiga 5.57 virou 4.23, e hoje é a 2.13. No final da década, o então prefeito Francisco Amaral construiu o Terminal Itajaí, sem qualquer planejamento, tanto que hoje o local é apenas um enorme ponto final.
Na época ainda haviam duas linhas alimentadoras na região: a do Parque da Floresta e Parque Itajaí 4. Em virtude dos grandes problemas com evasão de tarifa e pessoas que se recusavam a pagar passagem, essas linhas foram transferidas para o Terminal Campo Grande e o Terminal Itajaí deixou de ser integrado.
Em 2012 começaram as discussões sobre a implantação de um modal de média capacidade na região, e optou-se pelo BRT, mais barato e de mais rápida implantação. Vários atrasos nas obras acontecem até hoje, mas a linha 212 continua lá, soberana e atendendo apenas poucos bairros, enquanto a grande maioria segue fazendo a integração no novo terminal BRT.
A manutenção de uma linha ineficiente como a 212, que vive atrasada e com problemas, tem apenas um objetivo: o financeiro. Quem pensa que a 212 visa o melhor atendimento para a população, ou está enganado, ou está mentindo para os demais.
Da Redação ODC.