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Linha BRT11 “flopa” e Emdec se recusa a implantar melhorias para atrair mais passageiros

A Emdec colocou em operação no dia 26 de janeiro duas novas linhas de BRT: a BRT11, que liga o Corredor Central ao Terminal Vida Nova, e a BRT12, que liga o Corredor Central ao Terminal Campos Elíseos.

De lá pra cá, pouca coisa mudou para quem anda de BRT, pois a linha BRT11 continua vazia. Na hora de pico, aparece algum articulado lotado apenas por conta dos atrasos, e sempre que há comboio, apenas o carro da frente vai cheio, e os demais aparecem vazios, até com assento livre.

O mesmo não pode ser dito das linhas BRT20, BRT25 e até do BRT10, que constantemente andam lotadas. No caso do BRT10, a lotação máxima é atingida na hora de pico, pois no entrepico os veículos andam às moscas. Já no corredor Campo Grande, o BRT lota até no final da noite.

A questão é que a Emdec cometeu um sério erro estratégico na implantação da linha BRT11, pois extinguiu uma linha convencional para a implantação da nova. Um dia antes da estreia, a linha 130, que fazia o serviço semiexpresso do Terminal Vida Nova, foi extinta.

É aí que está o problema. Do dia para a noite implantaram uma nova linha que não para mais em nenhum dos pontos de grande fluxo da antiga 130, pois o BRT11 faz um atendimento praticamente do nada ao lugar nenhum.

A linha 130 parava em todos os pontos entre o Terminal Vida Nova e o Terminal Ouro Verde, depois ia direto, parando apenas em alguns pontos, e depois só parava no Corredor Central, incluindo a parada de maior fluxo que é a Avenida Moraes Salles.

Já a linha BRT11 faz exatamente o contrário: não para em pontos entre o Vida Nova e o Ouro Verde (exceto na erma Estação Marajó), e depois vai parando em praticamente todas, EXCETO na Avenida Moraes Salles.

Passados mais de três meses, tudo fica cada vez mais claro de que a Emdec parece ter feito tudo de propósito para beneficiar a Cooperativa Cooperatas, que está arrebentando de ganhar dinheiro com a linha 133, que anda abarrotada o dia todo e carrega praticamente o mesmo número de passageiros que a linha 131, que está circulando com veículos articulados. Ou seja, mesmo oferecendo muito menos lugares, a Cooperatas consegue transportar mais gente, a um custo bem menor.

Caso o BRT11 fizesse pelo menos duas ou três paradas entre a Estação Marajó e o Terminal Ouro Verde, já daria motivo pra pelo menos duplicar o número de passageiros. E a insistência em não parar na Avenida Moraes Salles é mais uma vez birra da dona Emdec, pois não tem nenhum motivo para não parar lá.

A linha BRT11 foi criada dentro de um espiral totalmente ridículo, como a passagem dupla no Terminal Central. Qualquer passageiro com bom senso sabe que é óbvia a parada na Moraes Salles mais sensata do que a primeira passagem pelo Terminal.

Não tem o menor cabimento o argumento de que “muita gente desce no Terminal Central na primeira passagem”. Quem desce é por causa da falta do ponto da Moraes Salles, e só. E se o motivo for segurança, não tem o menor problema em fazer o desembarque na “segunda” passagem.

A transferência de passageiros da linha 130 para a 133 foi plena, enquanto a BRT11 entrou de gaiato nessa história, com 9 ônibus gastando óleo diesel à toa. Será que a Emdec vai entender que o BRT é um sistema de transporte e não uma linha de ônibus qualquer, e colocar as paradas necessárias para fazer a transferência dos passageiros para o novo modal?

Flopado e fracassado, o BRT11 não atende e leva prejuízo atrás de prejuízo, tudo com a conivência da Emdec. Durante a semana, mais matérias a respeito.

Da Redação ODC.
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