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      Lotação dos ônibus da BRT10 mostra que Campinas precisa de linhas que funcionem

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      Em operação há uma semana, a linha BRT10 já dá sinais de que “pegou” mais rapidamente que a BRT20, que faz a ligação entre o Campo Grande e o Terminal Mercado.

      Motivos para isso existem:

      1. a ligação entre o Terminal Campo Grande e o Terminal Mercado era nova, e o fato de não acessar o Corredor Central acabou por assustar alguns passageiros. Porém, o tempo foi passando, e muitos aprenderam que dá pra sair do ponto da 212 da Avenida Senador Saraiva e ir até o Terminal BRT Mercado para pegar um ônibus onde elas podem ir sentadas.
      2. por mais que possam faltar ônibus, a região do Campo Grande já tem uma operação semiexpressa que liga ao Terminal Central (a linha 214)
      3. a própria quantidade de linhas que passam pela John Boyd, fazendo ligação com vários pontos diferentes (e em comum também, como o Corredor Central

      “Dá pra ir sentado no horário de pico”. Esse foi um dos argumentos ouvidos pela equipe do ODC por uma passageira da linha BRT10 na última semana para que ela justificasse ao amigo ter que “andar um pouquinho a mais” para chegar à Estação Parque Industrial. É um fato que a caminhada não era tão mais longa assim, já que o ponto convencional fica exatamente à frente da entrada da estação.

      Mas, é aí que dá para entender porque a linha parece ter dado mais certo em menos tempo.

      O que os gestores do transporte em Campinas precisam entender é que o campineiro gosta de ir sentado no ônibus. Ou, se tiver que ir em pé, que não seja espremido como se fosse uma laranja numa máquina de suco.

      Outra característica do campineiro usuário do transporte público: quer chegar rápido ao destino. E, bom, vamos convir que ninguém gosta de ficar dando voltas e voltas sem sentido em um bairro pra poder chegar na rua de casa, que às vezes fica em um outro ponto. E também ninguém mais aguenta ficar travado nos congestionamentos dos principais corredores da cidade (Amoreiras, John Boyd, Santos Dumont, e por aí vai).

      A linha BRT10 cumpre esses dois requisitos principais. E, pelo fato de parar poucas vezes no caminho, acabou se tornando um atrativo. Não à toa vários usuários de linhas longuíssimas como a 115 passaram a ir de BRT10 para o Terminal Ouro Verde, mesmo sabendo que a espera pelas alimentadoras pode ser um problema.

      Essas linhas que circulam em dezenas de bairros antes de chegar ao centro precisam acabar, para o bem do próprio transporte coletivo e para o trânsito de Campinas.

      Linhas expressas, semiexpressas e que façam caminhos mais rápidos precisam ser priorizadas, para que, a partir daí, o usuário pegue a segunda linha para o destino sem ter que fazer tanta birra.

      De nada adianta ter uma linha que demora 1h10 para chegar no centro, leve mais 1h10 para voltar ao bairro, e ainda correr o risco de quebrar no meio do caminho. Não se esqueçam que o ônibus é como um carro, tem peças, quebra, precisa de manutenção. Em linhas mais curtas, esses riscos são reduzidos (claro que não estamos levando em conta a questão das empresas pouco se lixarem para a manutenção. Aqui, a fala é no sentido mais amplo da coisa).

      O BRT de Campinas não está pronto, e provavelmente vai demorar mais tempo do que simplesmente um ano para ficar. A culpa disso todo mundo sabe de quem é: Carlos José Barreiro, que foi o maior enrolador de obras da história da cidade.

      Mas, espera-se que ao menos a operação faça compensar um pouco a demora e o dinheiro público derramado ralo afora.

      Só que, para isso, é obrigatório não ter medo.