De acordo com pesquisa de Mestrado em Psicologia (Conceição MD, 2016), quem se queixa em ter mau hálito tem 50% de chances de ter sintomas típicos de fobia ou ansiedade social, com prejuízos à segurança, espontaneidade e autoestima. Para que os resultados do tratamento do hálito sejam satisfatórios e duradouros, é necessário diagnosticar e tratar as consequências psicológicas que o paciente desenvolveu e também verificar se há a presença dos sintomas típicos da ansiedade social.
Considerando esse grande número de pacientes em potencial, a maioria dos profissionais não está preparada para tratá-los, especialmente os aspectos psicológicos do mau hálito, complementa o Dr. Maurício, membro fundador e ex-presidente da Associação Brasileira da Halitose, que sugere aos profissionais os cursos de qualificação aprovados pela Associação.
A pesquisa
Segundo parte da pesquisa de mestrado publicada em 2018 no British Dental Journal, as 18 consequências psicológicas que quem acredita ter mau hálito desenvolve são:
- Falar menos;
- Desviar o rosto para falar;
- Evitar falar próximo a alguém;
- Usar mascaradores de hálito (bala, chiclete);
- Ter pensamentos de insegurança relacionados à halitose;
- Colocar a mão na boca ao falar;
- Restringir-se socialmente devido à halitose;
- Restringir-se profissionalmente devido à halitose;
- Restringir-se afetivamente devido à halitose;
- Falar para “dentro” (prender o ar ao falar);
- Falar menos em locais fechados, como elevadores e carros lotados;
- Fazer a higiene bucal e/ou da língua várias vezes ao dia;
- Isolar-se socialmente, deixando de ir a compromissos, devido à halitose;
- Desvalorizar-se (sentimento de baixa autoestima);
- Interpretar erroneamente o ato de alguém passar a mão no nariz, correlacionando essa atitude com uma alteração em seu hálito;
- Interpretar erroneamente o ato de alguém oferecer-lhe uma bala ou chiclete, correlacionando essa atitude com uma alteração em seu hálito;
- Interpretar erroneamente que os outros fazem “comentários” sobre seu hálito (Foto);
- Interpretar erroneamente o ato de alguém virar o rosto ou se afastar, quando começa a falar, correlacionando essa atitude com uma alteração em seu hálito.
Cada um desses itens foi transformado em uma pergunta, resultando em um questionário com 18 questões, denominado Inventário das Consequências da Halitose (ICH). Na pesquisa, além do ICH foram aplicados testes para verificar se os participantes tinham tendência à ansiedade social, que se caracteriza por um medo persistente de situações como ser avaliado negativamente por outras pessoas e um significativo temor de críticas ou rejeição.
Resultados
Na pesquisa, a nota média dos 156 participantes no ICH foi de 14,87 em 18 pontos possíveis, sendo que com uma nota de 14 pontos ou mais há uma chance de 50% da pessoa ter sintomas típicos de ansiedade social. Segundo o Dr. Maurício, que há 25 anos atua na área, “pacientes com essa pontuação pensam em mau hálito várias vezes ao dia, ficando atentos às reações das pessoas e adotando uma postura defensiva em relação aos outros. Isso produz um grande desgaste psicológico, prejudicando a qualidade de suas vidas”.
O Tratamento do Hálito e da Segurança
Esse tema é tão relevante que foi o título do livro do Dr. Maurício, Bom hálito e Segurança. De acordo com a pesquisa, para obter esses objetivos, o tratamento deve ter duas etapas:
1- Tratamento do Hálito
Considerando as causas mais frequentes do mau hálito, que correspondem a mais de 98% dos casos, o profissional deve fornecer ao paciente os produtos necessários para higiene da língua, garganta, dentes e gengiva e orientá-lo como usá-los corretamente; orientar sobre os hábitos alimentares que podem alterar o hálito; tratar as causas indiretas da halitose como a diminuição da produção salivar e a descamação excessiva de lábios e bochechas; tratar queixas que podem levar o paciente a acreditar que tem halitose, como a boca amarga.
2- Tratamento das Consequências Psicológicas da Halitose
Após o hálito do paciente estar adequadamente tratado, o paciente deverá checar o hálito rotineiramente com alguém em quem confie, chamado confidente, para desenvolver cada dia mais a sua segurança. Para isso o profissional deve ter um material didático detalhado e de fácil assimilação, para ensinar ao paciente e confidente como checar o hálito, quais as causas mais frequentes da halitose e o que fazer caso algum dia o hálito esteja alterado, normalmente devido ao paciente não ter seguido as orientações. Esse método é chamado exposição ao vivo e na pesquisa de mestrado em psicologia trouxe uma diminuição significativa das consequências psicológicas da halitose e dos sintomas típicos da ansiedade social nos participantes.
No tratamento do mau hálito realizado em uma clínica especializada, além da checagem do hálito tratado com alguém de confiança, o paciente terá retornos para fazer ajustes e para testar o hálito com o profissional, sua auxiliar e em aparelhos importados, reforçando ainda mais a sua segurança. Se ainda assim o paciente continuar inseguro, apesar de todos os testes indicarem um hálito normal, é recomendado o tratamento psicológico, em conjunto ao tratamento da halitose, o que felizmente ocorre em apenas 2% dos casos.
Finalmente, para que o tratamento da segurança dos pacientes tenha sucesso, Dr. Maurício enfatiza que os bons resultados dependem do paciente seguir à risca todas as orientações, especialmente a de checar o hálito com um confidente, o que é inclusive deixado claro em um contrato assinado pelas partes.
Para saber mais, conhecer a opinião de quem fez o tratamento, ver como o medidor de hálito importado OralChroma funciona e fazer um teste online pra saber as suas chances em ter mau hálito, acesse o site www.clinicahalitus.com.br.
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