Se o caso do menino encontrado no barril no Jardim Itatiaia já era chocante o suficiente, aos poucos os detalhes que são divulgados deixa o caso ainda mais horripilante.
Erica Blascovi, nutricionista clínica e professora de graduação e pós do Unimetrocamp, conversou com o ODC para explicar sobre essa “dieta” que ele era submetido.
Ela, claro, não está envolvida no caso. É apenas uma especialista contatada para comentar sobre situações semelhantes.
“O fubá cru tem alguns carboidratos, que é um nutriente energético. A casca de banana tem um pouco de potássio e um pouco de magnésio. É pouco, ainda mais que ele recebia apenas isso para comer. Então não era suficiente para manter uma boa nutrição”, explicou.
No caso do corpo de crianças, apesar da situação ser um pouco mais delicada, é possível ficar até sete dias sem comida, dependendo, claro, do estado nutricional dela.
Muita gente questionou porque os policiais deram água em vez de comida para a criança.
Os nutricionistas ouvidos pelo ODC concordam que a água foi a melhor solução para o momento, pois a criança reclamava de sede, e depois foi transferida para uma viatura do Samu, onde recebeu soro fisiológico – que é o recomendado para casos de desnutrição.
“É óbvio que, por não estar lá, não poderia dizer com certeza, sem ter exames. Mas, se tratando de criança, o procedimento foi correto”, completa Erica.
A professora do Unimetrocamp contou também que, quanto mais desidratada e desnutrida a criança estiver, mais fracionada será a água e comida que vai receber.
Ou seja, em vez de comer de três em três horas, esse período pode ser reduzido para uma em uma hora, por exemplo, em quantidades menores.
Tudo depende da avaliação clínica.
“Em geral, no tratamento inicial, vai ser corrigido alguma deficiência de potássio, cálcio, e a alimentação será fracionada. Se ela tiver uma anemia [falta de ferro], no final da primeira semana de tratamento já pode receber uma suplementação”, finaliza.