As obras do BRT de Campinas mais uma vez entraram na zona de atraso contratual. De acordo com o contrato assinado no dia 3 de junho de 2023, a obra deveria ser finalizada em 12 meses após a emissão da ordem de serviço.
Só que ainda há muito o que fazer. Além das obras do novo Terminal Ouro Verde, que mais uma vez entrou em fase de letargia, há ainda praticamente todo o novo Terminal Vida Nova, os acabamentos do Terminal Santa Lúcia e da Estação Piracicaba, a fase final da Estação do Jardim Morumbi e o “dessucateamento” da Estação Capivari.
Se em 12 meses a construtura contratada foi capaz de terminar apenas isso, quem dirá em três meses. As obras do novo Terminal Ouro Verde avançaram bastante mas de uma hora para outra os funcionários simplesmente desapareceram do canteiro.
A estação Capivari parece um depósito de sucatas. Mexeram em alguma coisa, colocaram uma coisinha ou outra, mas continua praticamente abandonada, enferrujada e com vidros quebrados.
O Terminal Santa Lúcia é muito curioso: fizeram alguns reparos, colocaram alguma coisa na plataforma do BRT mas de resto continua tudo na mesma. Apenas a construção dos sanitários e das salas de fiscalização avançaram.
Já na Estação Piracicaba houve um pequeno avanço, mas depois parou tudo. O mesmo aconteceu na estação do Jardim Morumbi. A única coisa que ficou pronta foi a obra das estações tipo “brs” do lado esquerdo entre a Avenida Arymana e o Parque Vista Alegre. De resto, tudo na mesma.
O pior está no Terminal Vida Nova, com quase tudo como um cenário de guerra: entulho para todo lado, plataformas enferrujadas e obras andando a passo de tartaruga.
Quando as obras do BRT do Ouro Verde pararam por conta do abandono da Artec, que era a empresa contratada na época, a prefeitura disse que faltavam “apenas 4% da obra total para ser finalizada”. O percentual está incorreto, pois mesmo se fossem realmente 4%, em menos de três meses estaria tudo pronto.
E finalizou mais um ano e nada de obras prontas. Neste governo a responsabilidade pelas obras do BRT passou para a Secretaria de Infraestrutura, cujo mandatário é o ex-presidente da Emdec, que começou as obras no governo passado.
Várias obras de sua responsabilidade estão em atraso mas o seu prestígio segue inabalado dentro do atual governo. Apenas pela vergonha de mais um dos inúmeros atrasos nas obras do BRT já deveria ser motivo de revisão de sua manutenção no cargo.
Mas a eleição vem aí.
Da Redação ODC.
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