Opinião: Campinas acaba com faixa de ônibus enquanto faz ciclovias: mudanças de prioridades?

A cidade de Campinas, tão orgulhosamente chamada de “metrópole” pelo poder público e por alguns veículos de comunicação bastante provincianos, tem um governo tão desigual que promove apenas ações para os mais abastados.

Um desses exemplos aconteceu na última segunda-feira, dia 29/05, quando o prefeito Dário Saadi fez praticamente um evento para anunciar a construção de mais ciclovias e instalação de ciclofaixas na cidade.

É bizarro ver ações como essa em uma cidade onde as faixas exclusivas de ônibus estão sendo extintas e o transporte público é cada vez mais degradado, desrespeitoso e desestimulado.

Nos últimos anos a prefeitura de Campinas simplesmente acabou com várias faixas exclusivas para ônibus, colocando-as em funcionamento apenas em horários de pico para privilegiar os deslocamentos das pessoas com seus carros particulares.

Isso vai totalmente na contramão de qualquer cidade grande no mundo, que investe pesado no transporte público, muitas vezes em conjunto com o transporte cicloviário.

Em Campinas tudo é feito ao contrário: faz-se um monte de ciclovias mal planejadas que servem apenas para as pessoas fazerem caminhadas, enquanto os ônibus tem que disputar lugar com motoristas mal educados nas faixas que antes eram exclusivas.

A degradação do transporte público em Campinas está em andamento há anos, e a cada dia que passa a situação fica pior. O fim das faixas exclusivas é o ápice disso.

No Centro, várias faixas colocadas já não são mais exclusivas. Nem a faixa que o Governo do Estado fez na Avenida Lix da Cunha é mais exclusiva, causando atrasos nos ônibus metropolitanos, sobretudo na saída para o Trevo da Bosch.

Para piorar, as faixas do BRT também são invadidas a todo momento, mesmo ainda sendo exclusivas. Carros atrapalham a circulação de ônibus e nenhuma providência é tomada.

Será que Campinas ainda voltará a ter um prefeito realmente bom que olhe para o transporte público como um serviço de inclusão social e de qualidade de vida? Ou ainda teremos que ficar olhando ações elitistas que agradam apenas a pequenos grupos?

José Gaveta – Da Redação ODC.
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