A notícia que apareceu semana passada sobre uma investigação que a Polícia Federal estaria fazendo sobre a licitação do transporte coletivo urbano de Campinas é uma das coisas mais patéticas que poderiam ter surgido.
Não tem o menor cabimento uma denúncia sobre a possibilidade de representantes das atuais operadoras do transporte em Campinas estarem presentes na sessão de abertura dos envelopes da licitação.
A sessão foi pública e aberta a qualquer pessoa que quisesse participar. Seria crime se houvesse o impedimento de alguém participar, inclusive se fosse alguém das atuais operadoras. Se a sessão foi pública e aberta, onde inclusive representantes do ODC estiveram presentes, qualquer pessoa tinha o direito de acesso e de acompanhamento do processo.
O mais curioso é que haviam representantes de empresas de ônibus que não operam na cidade. Se eles estavam na sessão, seriam obrigados a apresentar alguma proposta? Ou só quem opera atualmente seria obrigado a apresentar proposta?
Ficou muito feio para a Emdec que fez um edital horrível, cheio de exigências sem pé e nem cabeça, e agora o foco é completamente desviado para uma coisa totalmente sem nexo. Não será surpresa se aparecer o autor disso e se for alguém do próprio governo.
Um edital onde são exigidos cerca de duas centenas de ônibus elétricos, que custam uma verdadeira fortuna, não tem como ser levado a sério por nenhuma empresa do mundo. Nem na Europa um edital desse iria para frente.
É fato que o poder público está fazendo financiamentos dessa gama pois as empresas não vão investir em algo tão caro e ainda sem qualquer estrutura elétrica para recarga. Mas Campinas se acha a bonitona e acabou quebrando a cara.
Tudo isso vai ainda pegar muito mal para a Emdec e para a prefeitura, pois ficou muito nítido que tentou-se criar uma cortina de fumaça para justificar o atraso excessivo na republicação do edital, que deveria acontecer no ano passado.
Triste que em ano de eleição aconteça esse tipo de coisa. Pobre dos campineiros.
Da Redação ODC.
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