A Emdec é uma empresa que foi criada nos anos 70 pela Prefeitura de Campinas para acompanhar obras de desenvolvimento da cidade, por isso o nome Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas.

No início dos anos 80 a empresa foi desativada e as suas atribuições passaram para outras secretarias. Nessa época, o transporte da cidade era de responsabilidade da Setec, pois ainda não existia secretaria específica.

Em 1982 o então prefeito Francisco Amaral criou a Setransp, ou Secretaria de Transportes, onde foram colocadas todas as atribuições de gerenciamento de trânsito e transporte na cidade.

Em 1989 o então prefeito Jacó Bittar decidiu reativar a Emdec como uma empresa de ônibus, assumindo as operações e as linhas da então Transportes Urbanos Campina Grande, ou Tugran.

Na época a Tugran havia sofrido uma intervenção por conta dos péssimos serviços prestados e a prefeitura aproveitou a oportunidade para dar início ao processo de estatização do transporte em Campinas.

As linhas da Tugran abrangiam as regiões do Jardim Florence, Campo Grande, Rossin e parte do Parque Itajaí, já que as linhas diretas para lá eram feitas pela Viação Campos Elíseos, e depois URCA.

Os serviços da Emdec eram muito bons e começaram com veículos usados, posteriormente trocados por carros zero quilômetro, inclusive três articulados, os primeiros da cidade.

Em 1994 a Emdec deixou de ser empresa de ônibus e passou a ser gerenciadora do sistema, por ordem do então prefeito Magalhães Teixeira.

Foi a partir daí que o caldo desandou. A cidade passou a ter um secretário de transportes e um presidente da Emdec. Até o governo passado os dois cargos eram ocupados pela mesma pessoa, mas isso mudou por ordem judicial em 2021.

Durante a existência da Emdec como gerenciadora do transporte o sistema campineiro foi apenas ladeira abaixo. A Emdec hoje existe mais para acomodar apadrinhados políticos, pois lá dá pra contar nos dedos quem conhece o transporte.

Quem toma as decisões são apadrinhados que não conhecem o transporte campineiro e muitas vezes se baseiam em anseios políticos, algo que não acontecia na época do gerenciamento da Setransp.

Será que não era hora de iniciar os debates para extinção definitiva da Emdec e o repasse dos plenos poderes para a Setransp, como era antigamente?

A eleição está batendo às portas, que tal levar essa ideia para os prefeituráveis?

José Gaveta – Da Redação ODC.
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