Pessoas que sofreram traumas graves, como quedas, fraturas e acidentes, podem ter uma sequela comum no sistema vascular: a trombose. Segundo a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, o termo se refere à condição na qual há o desenvolvimento de um “trombo”, um coágulo sanguíneo, nas veias das pernas e coxas. “Esse coágulo causa uma inflamação na parede do vaso e é chamado de Trombose Venosa Profunda (TVP). Quando esse trombo se solta e se desloca até o pulmão, ele é chamado de Embolia Pulmonar (EP) e em muitos casos é fatal”, explica a médica. Essa situação, de acordo com a angiologista, pode acometer os pacientes que sofreram acidentes tanto por conta do impacto nos vasos sanguíneos quanto pelo alto risco do problema para pacientes hospitalizados, que passaram por cirurgias e que estão em longos períodos de imobilidade, por conta de uma deficiência na circulação sanguínea.
Geralmente, os coágulos se formam nas veias mais profundas dos membros inferiores. “Ao se desprenderem e impactarem um vaso pulmonar, pode ocorrer a embolia ou o tromboembolismo pulmonar. E isso pode ser fatal ou deixar sequelas como insuficiência venosa crônica”, diz a médica.
No caso de pacientes que sofreram traumas, é indicado o uso profilático de anticoagulantes. “Alguns sinais da trombose são: dores nas pernas, principalmente nas panturrilhas, pé e o tornozelo; sensação de queimação na região afetada; mudanças na cor da pele, que começa a ficar vermelha ou azul; ou inchaço”, diz a médica.
Mas a angiologista alerta: “É bom lembrar que esse não é um problema apenas de quem sofreu acidente e está hospitalizado. Como a panturrilha é o coração das pernas, a cada contração muscular bombeamos o sangue e ativamos a nossa circulação. Situações onde essa musculatura fica parada muito tempo podem causar uma retenção de líquido nas pernas, levando a inchaço, pernas pesadas, cansadas e aumentando a predisposição de desenvolver varizes e trombose venosa”, explica a cirurgiã vascular. Por esse motivo, para quem trabalha sentado ou fica durante muito tempo no sofá, o ideal é também introduzir alguns hábitos para ativar a circulação, como:
- Realizar exercícios movimentando os pés a cada hora de trabalho sentado;
- Levantar a cada hora e andar para movimentar um pouco as pernas;
-
Para alguns casos, usar meias de compressão para conforto e melhor rendimento.
O diagnóstico de trombose é feito por meio de exames de imagem e o tratamento é feito com anticoagulantes, levando em consideração o risco hemorrágico inerente a essa classe de medicamentos. “Ainda com relação aos sinais de uma embolia pulmonar, temos a falta inesperada de respiração, a respiração rápida, a dor no peito e a frequência cardíaca”, comenta a médica. “Sentindo qualquer um desses sinais, o médico deve ser chamado imediatamente”, finaliza a angiologista.
DRA. ALINE LAMAITA – Cirurgiã vascular e angiologista, Dra. Aline Lamaita é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine. Formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a médica participa, na Universidade de Harvard, de cursos de pós-graduação que ensinam ferramentas para estimular mudanças no estilo de vida nos pacientes em prol da melhora da longevidade e qualidade de vida. A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. http://www.alinelamaita.com.br/
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.