A Concessionária Rota das Bandeiras conseguiu transformar uma obra de infraestrutura essencial em um retrato de planejamento falho e comunicação precária. O fechamento da passagem inferior do Trevo do Real Parque (km 116 da SP-332), marcado para iniciar às 15h de hoje, quarta-feira, 22 de outubro, foi suspenso e adiado para a próxima semana, dia 29.
A pergunta que a Rota das Bandeiras não responde
Se o fechamento da passagem inferior era um passo complexo, com duração de quatro meses e impacto direto em milhares de moradores, por que a Concessionária não realizou as reuniões e o “comum acordo” com as lideranças antes de anunciar publicamente o bloqueio?
A contradição é clara:
- Versão Oficial da Rota: “Após reuniões com lideranças… foi definida a nova data.” (O que implica que a comunicação só aconteceu depois que a data original já estava marcada e divulgada, gerando pânico).
- Versão das Lideranças: Em entrevista à CBN Campinas na manhã desta quarta-feira, a própria Concessionária admitiu que não foi procurada pelas lideranças, o que sugere um total descaso com a comunicação proativa e o planejamento social da obra.
O resultado dessa desorganização recai diretamente sobre a população e a imprensa. Moradores e motoristas se preparam para um caos iminente de trânsito – com desvios complexos e retornos operacionais – para, horas antes do bloqueio, terem a rotina alterada novamente por uma falha de comunicação que deveria ter sido sanada na fase de planejamento.
O novo cronograma
Com a postergação, a Concessionária garante que o retorno operacional no km 112 da rodovia, exclusivo para carros e motos, será liberado nesta quinta-feira. O objetivo é dar tempo para que os motoristas se familiarizem com o desvio, que servirá como alternativa à ligação direta entre o Real Parque e Barão Geraldo. O retorno do km 113 permanecerá em operação, priorizado para veículos de grande porte.
O bloqueio, com duração prevista de quatro meses, agora está agendado para a próxima quarta-feira, 29 de outubro, às 10h. No entanto, a forma como a suspensão foi tratada levanta sérias dúvidas sobre a capacidade da Rota das Bandeiras de gerir o trânsito e comunicar os próximos passos do projeto com a transparência e o respeito que a população de Campinas merece.