Valor que sindicato quer que Indaiatuba dê para o dono da Sancetur é 5 vezes maior que o de Campinas

Os motoristas de ônibus de Indaiatuba voltaram ao trabalho nesta quarta-feira, dia 15/04, após representantes do sindicato dos rodoviários de Campinas fazerem ameaças aos vereadores da cidade.

O que está em jogo é o pagamento de um valor de R$ 1,5 milhão ao dono da empresa Sancetur, que opera na cidade depois de um fraudulento processo licitatório, já cancelado pela Justiça.

O sindicato insiste que o dinheiro é para pagar os salários dos funcionários e que está ao lado deles, e por isso exige que os vereadores votem a favor da liberação do dinheiro, que não é para o empresário, mas sim para os trabalhadores não ficarem sem receber.

O curioso é o valor: R$ 1,5 milhão. Campinas liberou uma parte do subsídio às empresas, num montante de R$ 6 milhões, para que fossem pagos os salários e benefícios dos trabalhadores. Com cerca de 1200 ônibus, ficou uma média de cerca de R$ 5 mil pago por veículo.

O valor em Indaiatuba é completamente fora da realidade, pois dividido por 60 ônibus, que é a frota da Sancetur, dá R$ 25 mil por veículo, ou seja, cinco vezes mais que o valor pago em Campinas.

Outro problema é que quando a Sancetur assinou contrato com a prefeitura de Indaiatuba, sabia que lá não é pago subsídio, ou seja, ela tem que se virar com o que recebe de tarifa paga pelos passageiros. Hoje lá estão rodando 17 ônibus por causa da pandemia do novo coronavirus e a empresa alega “crise”.

É um modus-operandi da Sancetur alegar crise para deixar de operar e pressionar as prefeituras. Ela fez o mesmo em Americana, onde se subiu a tarifa de forma irregular e na própria Indaiatuba isso foi feito. Em Atibaia a empresa chegou a esvaziar a garagem na calada da noite e deixar a população e os funcionários na mão.

Questionado sobre decretar intervenção, cassar o contrato da Sancetur e colocar outra empresa, o prefeito de Indaiatuba Nilson Gaspar disse que isso não é possível pois há “um contrato em vigor”. Antes da Sancetur entrar, ele quebrou o contrato com a empresa Rápido Sumaré e colocou a apadrinhada política no lugar.

Da Redação ODC.


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