A prefeitura de Campinas e a Emdec investem muito na ideia de que o sucesso do BRT está nas linhas expressas, o que não é necessariamente verdade.
De nada vai adiantar criar vários terminais com linhas expressas de cinco minutos de intervalo se o passageiro terá que esperar uma hora por uma linha até sua casa.
O fiasco do Terminal Ouro Verde se deu justamente por causa disso: linhas alimentadoras extremamente demoradas com intervalos muito altos.
Isso motivou a criação de um monte de linhas diretas entre o Centro e os bairros, agradando a meia dúzia de vereadores e desestruturando totalmente o sistema tronco-alimentador.
O sistema tronco-alimentador funciona bem desde que o passageiro possa fazer uma conexão rápida, ou seja, descer, por exemplo, da linha 121 e já embarcar numa 101.
Agora, se o passageiro leva 20 minutos no Centro para embarcar num 121 e tiver que esperar uma 101 por 40 minutos no Ouro Verde, é mais fácil ele pegar uma linha direta no Centro, mesmo que lotada.
A prefeitura e a Emdec não podem esquecer dessas linhas de conexão para o BRT, até para desestimular o uso das diretas. Com isso, o sucesso do sistema está garantido.
José Gaveta – Da Redação ODC.
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