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      O sistema de metrô de Campinas que foi desativado por falta de passageiros

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      A cidade de Campinas já teve um sistema de transporte de massa que funcionou entre os anos de 1990 e 1995. O sistema VLT – Veículo Leve sobre Trilhos operou em um ramal entre a Estação Ferroviária central e a Vila Rica.

      As composições eram formadas por quatro carros que circulavam nesse trecho. A obra foi custeada pelo Governo do Estado, na época comandado pelo ex-prefeito Orestes Quércia.

      Apesar de ser um projeto interessante de transporte de massa com agilidade e qualidade, ele foi mal executado pois circulava por bairros em que até hoje, mesmo 25 anos após a desativação, não há demanda.

      O VLT Campinas foi implantado sobre o antigo leito ferroviário da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), que tinha sido desativado ainda nos anos 70.

      O trajeto era muito sinuoso, mas proposital, já que o trem da EFS circundava fazendas que existiam onde hoje estão os bairros da Vila Teixeira, Jardim Aurélia e Vila Aurocam.

      Como o leito ferroviário desativado era usado para transporte de carga, seria necessário um estudo prévio para verificar se haveria demanda para o transporte de passageiros.

      O trem começou a circular entre as estações Barão de Itapura e Vila Teixeira. Mais tarde foi inaugurada a Estação Central e a linha foi sendo expandida aos poucos. O objetivo final é que a linha chegasse até a região dos DICs.

      Mesmo sem cobrança de tarifa, os trens andavam vazios. Quando chegou até o Jardim Paulicéia, a demanda cresceu um pouco, mas ainda era insuficiente para ao menos custear a operação.

      Nessa época a antiga linha 5.03 – Jardim Paulicéia, operada pela empresa URCA, era integrada ao VLT, ou seja, podia-se pegar os dois modais pagando apenas uma passagem.

      Nem assim foi suficiente para atrair passageiros. O sistema era operado pela extinta FEPASA – Ferrovias Paulistas S/A e quando ela foi privatizada, houve a oferta da operação à prefeitura.

      Na ocasião o prefeito era José Roberto Magalhães Teixeira, que informou não ter condições de manter uma operação que dava prejuízo. Por isso, ofereceu para as empresas de ônibus da época, que também recusaram.

      Sem ter quem operasse, o sistema foi desativado sem ser concluído. A linha 1, que deveria chegar até o DIC, não foi finalizada e a Linha 2, que ia do Guanabara até a Estação Anhumas passando pelo antigo leito da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (CMEF), sequer foi iniciada.

      Hoje o trajeto recebe o ramal Perimetral e o Campo Grande do sistema BRT. As composições do antigo VLT, fabricadas pela Cobrasma de Sumaré, no então distrito de Hortolândia, foram parte encaminhadas para o Rio de Janeiro onde operaram no sistema chamado de Pré-Metrô e outra parte está estragando até hoje em um pátio na cidade de Rio Claro.

      O investimento, de mais de 100 milhões de dólares na época, acabou indo para o ralo, já que toda a estrutura teve que ser demolida e os trilhos foram doados para o Metrô de Maceió. Torres foram derrubadas e cabeamentos foram furtados.

      Da Redação ODC.

      Veja também: A Pauta é… | A lógica dos prefixos dos ônibus urbanos de Campinas

      Fontes: Acervos Portal InterBuss.