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      Campinas: a cidade que não tem dinheiro para recapear uma avenida

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      A cidade de Campinas vai receber R$ 91 milhões para recapear ruas e avenidas que estão uma buraqueira só. A maior verba, de R$ 80 milhões, foi anunciada com pompa e circunstância pelo governador Tarcísio de Freitas, que é do mesmo partido do prefeito Dário.

      Pouco tempo depois do anúncio, o Detran.SP anunciou que vai repassar R$ 11 milhões para recapeamento da Avenida Marechal Juarez Távora, José Pancetti e Antônio Carvalho de Miranda.

      A medida é positiva? Claro que é. Mas, será mesmo que Campinas não tinha esse dinheiro para investir, em vez de depender de verbas repassadas por demandas partidárias pelo Estado?

      Dinheiro até parece ter, já que estão gastando construindo um ponto de ônibus em frente ao Terminal Central, uma obra absolutamente inútil.

      Vamos fazer uma análise do dinheiro que vai vir.

      Obras custeadas pelo Detran

      Talvez seja o melhor uso do dinheiro, apesar de ser igualmente surpreendente Campinas não ter essa verba considerada ‘mixuruca’ para uma cidade que tem 1,1 milhão de habitantes.

      A Avenida Marechal Juarez Távora é uma importante ligação entre a John Boyd e a região do Balão de Laranja. Rota de escape de alguns congestionamentos, e um corte de caminho interessante. Só que a avenida está uma belíssima porcaria. Totalmente esburacada — sem contar as obras da Sanasa, que, quando passam, deixam um estrago ainda maior –, com as árvores do canteiro central derrubando as copas em uma das faixas de rolamento (que nem existem, na prática, já que não há pintura de solo). Será uma obra muito bem vinda.

      Na Avenida José Pancetti, ainda que o asfalto seja velho, as condições são menos piores que as da Távora. O problema lá é a porcaria da ciclovia que foi feita pela gestão Vinícius Riverete. Ciclovia que, aliás, ninguém usa. Só serve para atrapalhar o trânsito, afunilando faixas. As obras de recapeamento podem ajudar a passar por cima de tudo isso e fingir que nada existiu, porque é apenas uma vergonha.

      A Avenida Antônio Carvalho de Miranda é aquela que sai da John Boyd Dunlop, na altura da Claro, e termina do nada na marginal da Anhanguera. O trecho perto do Piçarrão é o mais problemático.

      O dinheiro do Estado

      As obras vão começar na Avenida Brasil. Ok. Realmente a avenida, que tem um tráfego pesadíssimo todos os dias, está precisando. Em toda a extensão.

      Avenida Barão de Itapura: ela tem alguns pontos que precisam de atenção. Em frente ao hospital novo, quem deveria fazer a obra era o próprio hospital. Mas, como não existe mais a história de contrapartidas em Campinas, vai ser com o dinheiro do Estado mesmo.

      Avenida Júlio Prestes: o ponto mais necessário é no contorno do piscinão, nos dois sentidos. Mas, sinceramente, era uma obra menos urgente.

      Avenida Heitor Penteado: essa, então, nem se fala. Se todos os problemas da cidade se resumissem no fato da Heitor Penteado estar com asfalto de má qualidade, Campinas estaria bem na fita. Mas, definitivamente, não era uma obra que precisava ser feita com tanta urgência.

      Rua Carolina Florence: está precisando, sim!

      Avenida Luiz Smânio: de ‘média’ urgência. Está cheia de buracos e ondulações por causa da Sanasa, mas há avenidas que demandam mais atenção na frente.

      Diz a prefeitura: “Outros locais serão definidos por critérios técnicos, como áreas com mais desgaste do asfalto e que tenham grande fluxo de trânsito”. Só falta querer asfaltar também a Avenida Isaura Roque Quércia, que só serve para gente rica.

      Aliás, a impressão que tudo isso passa é que a cidade foi abandonada de propósito para que o governo do Estado pudesse vir como ‘salvador’ da pobre Campinas.

      Que, de pobre não tem nada. A não ser os moradores.