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      O “modus operandi” da Baby Calçados parou no tempo

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      Hoje em dia é muito comum comprar roupas e calçados pela internet, mas as lojas físicas ainda resistem firmemente principalmente por conta do atendimento aos clientes que buscam compras de última hora e ainda os mais tradicionais, que não confiam nas compras online.
      Andando pela Rua Treze de Maio em Campinas por esses dias, resolvi entrar em uma das lojas de calçados mais tradicionais da cidade, que é a Baby Calçados, em sua unidade principal que é a próxima da Avenida Senador Saraiva. Por muito tempo meus pais compraram calçados ali para mim (na época em que eu ainda não podia escolher, só vestir o que eles compravam) mas quando comecei a trabalhar foi lá que visitei para fazer minhas primeiras compras com meu primeiro salário.
      Visitando a loja recentemente, pude notar que não mudou praticamente nada desde a época da minha infância. O atendimento é bom mas é sufocante.
      Ao entrar na loja, imediatamente um dos vários vendedores que ficam na porta praticamente formando um “paredão” vem lhe atender. A partir daquele momento, enquanto você estiver dentro da loja, está “casado” com ele. Se a loja estiver vazia, é pior pois ele vai te seguir por onde for, até fazer o seu pedido. É o tipo de loja que não dá para simplesmente “dar uma olhadinha”, ou “caroçar” como se diz entre os profissionais da área de vendas. Se você vai no fundo da loja, o vendedor vai atrás. Ao notar que você realmente está apenas dando aquela olhadinha, o vendedor vai perguntar se você está procurando algo em específico e alguns ainda irá lhe fazer sugestões.
      Ah! E jamais, JAMAIS MESMO procure outro vendedor. Nos finais de semana, quando as lojas costumam estarem mais cheias, é comum o vendedor que te aborda inicialmente ir atender outras pessoas. Se depois de uns 10 minutos você encontrar o que procura, aproveite e procure também o vendedor que lhe atendeu, senão dá briga. Já presenciei um desentendimento entre vendedores por causa disso, e na mesma loja.
      Bom, vamos provar o calçado né? Você vai pedir um tênis cor-de-rosa tamanho 38 da marca X e ele vai te trazer um amarelo 37 da marca Y, um cor-de-rosa 41 da marca Z, um verde 36 da marca P, um azul 44 da marca C e finalmente um cor-de-rosa da marca X mas tamanho 33, porque vai que serve né? Essa é uma tática de venda pós-escolha, pois o vendedor vai tentar te empurrar um tênis que você não escolheu pois ele não tem em estoque o que você quer. E ele vai insistir até você acabar aceitando.
      Ah, e no final de semana você vai ficar esperando um tempinho o vendedor ir buscar o calçado no estoque, pois ele vai buscar primeiro o calçado daquele cliente que chegou depois de você, mas escolheu primeiro. Ele vai passar na sua frente e pedir para você esperar, mesmo tendo vendedores ociosos lá na porta, mas a venda é dele. E ai de quem pegar.
      Bom, depois de escolher o calçado, provar, tudo certinho, hora de pagar. Isso teve uma melhora considerável. Antigamente, o crediário era extremamente lento. Era preciso telefonar para consultar se a documentação da pessoa estava ok, sem nenhuma restrição e ainda ligar para outras duas pessoas conhecidas para dar como referência. Hoje é tudo automático e a maioria das pessoas já pagam com cartão de crédito.
      Todos nós sabemos as dificuldades que um vendedor encontra pelo caminho e o quanto são cobrados por isso. As comissões incentivam as vendas e as abordagens, mas acho que há coisas que poderiam mudar. E no caso da Baby Calçados, uma delas é essa. Os vendedores são muito educados e prestativos, não há nenhuma queixa quanto a isso, mas o modus operandi da loja, simplesmente parou no tempo.

      Por Luciano Roncolato – ODC.